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08/11/2003
-
08h36
da Folha de S.Paulo, no Rio
da Agência Folha, em Fortaleza
A Academia Brasileira de Letras (ABL) já começa a receber postulantes à cadeira deixada por Rachel de Queiroz (1910-2003). Com a morte da escritora, na última quarta, o historiador mineiro José Murilo de Carvalho, 64, e o jurista cearense Paulo Bonavides, 78, manifestaram a vontade de disputar a vaga aberta. Porém, até o fim da manhã de ontem, o único inscrito era o poeta e publicitário pernambucano Mauro Salles.
José Murilo de Carvalho, no entanto, surge com boas chances. De acordo com um acadêmico ouvido pela Folha, Carvalho já contaria com intenções de voto suficientes para se eleger.
O historiador disse que não ambiciona a vaga, mas decidiu se inscrever graças ao incentivo de amigos de dentro e fora da academia.
Para ele, a ABL tem poucos representantes do estudo da história e sua eventual eleição poderia contribuir para "aumentar o diálogo entre as duas academias --a de letras e a universitária".
Do outro lado, o cearense Paulo Bonavides, amigo de Rachel de Queiroz desde a década de 30, quando ingressaram no jornal "O Povo", acha que cabe ao Ceará e ao Nordeste a vaga deixada.
"Vou até o fim, não vou abandonar o campo de batalha", disse, com bom humor, o jurista, que já teve publicadas 20 obras, entre elas "Teoria Constitucional da Democracia Participativa" e "Curso de Direito Constitucional". No começo deste ano, Bonavides chegou a se inscrever para disputar a cadeira do historiador Raymundo Faoro na ABL, mas disse ter desistido em favor do colega jornalista Cícero Sandroni, que havia se candidatado com maior antecedência.
Professor do curso de mestrado em Direito da UFC (Universidade Federal do Ceará), Bonavides tem, entre seus ex-alunos, dois ministros, o da Ciências e Tecnologia, Roberto Campos, e o da Integração Nacional, Ciro Gomes. Entre os imortais, o jurista Miguel Reale, que participou da banca examinadora de uma tese de Bonavides, "de quem acredito que poderei contar com o voto", afirma o jurista cearense.
As inscrições para a cadeira número cinco, que pertencia a Rachel de Queiroz, ficarão abertas até 5 de dezembro.
A academia está com outras duas cadeiras vagas. A de número 39, que pertencia ao jornalista Roberto Marinho, tem como candidatos favoritos o ex-vice-presidente Marco Maciel e o escritor Fernando Morais. A cadeira 19, que pertencia ao sociólogo Marcos Almir Madeira, ainda está com as inscrições abertas.
Vaga de Rachel de Queiroz na ABL tem três candidatos
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da Agência Folha, em Fortaleza
A Academia Brasileira de Letras (ABL) já começa a receber postulantes à cadeira deixada por Rachel de Queiroz (1910-2003). Com a morte da escritora, na última quarta, o historiador mineiro José Murilo de Carvalho, 64, e o jurista cearense Paulo Bonavides, 78, manifestaram a vontade de disputar a vaga aberta. Porém, até o fim da manhã de ontem, o único inscrito era o poeta e publicitário pernambucano Mauro Salles.
José Murilo de Carvalho, no entanto, surge com boas chances. De acordo com um acadêmico ouvido pela Folha, Carvalho já contaria com intenções de voto suficientes para se eleger.
O historiador disse que não ambiciona a vaga, mas decidiu se inscrever graças ao incentivo de amigos de dentro e fora da academia.
Para ele, a ABL tem poucos representantes do estudo da história e sua eventual eleição poderia contribuir para "aumentar o diálogo entre as duas academias --a de letras e a universitária".
Do outro lado, o cearense Paulo Bonavides, amigo de Rachel de Queiroz desde a década de 30, quando ingressaram no jornal "O Povo", acha que cabe ao Ceará e ao Nordeste a vaga deixada.
"Vou até o fim, não vou abandonar o campo de batalha", disse, com bom humor, o jurista, que já teve publicadas 20 obras, entre elas "Teoria Constitucional da Democracia Participativa" e "Curso de Direito Constitucional". No começo deste ano, Bonavides chegou a se inscrever para disputar a cadeira do historiador Raymundo Faoro na ABL, mas disse ter desistido em favor do colega jornalista Cícero Sandroni, que havia se candidatado com maior antecedência.
Professor do curso de mestrado em Direito da UFC (Universidade Federal do Ceará), Bonavides tem, entre seus ex-alunos, dois ministros, o da Ciências e Tecnologia, Roberto Campos, e o da Integração Nacional, Ciro Gomes. Entre os imortais, o jurista Miguel Reale, que participou da banca examinadora de uma tese de Bonavides, "de quem acredito que poderei contar com o voto", afirma o jurista cearense.
As inscrições para a cadeira número cinco, que pertencia a Rachel de Queiroz, ficarão abertas até 5 de dezembro.
A academia está com outras duas cadeiras vagas. A de número 39, que pertencia ao jornalista Roberto Marinho, tem como candidatos favoritos o ex-vice-presidente Marco Maciel e o escritor Fernando Morais. A cadeira 19, que pertencia ao sociólogo Marcos Almir Madeira, ainda está com as inscrições abertas.
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