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12/11/2003
-
07h35
colunista da Folha
A capa de "Emissões Noturnas" é emblemática. Traz uma estampa dessas de arquivo, que direciona de cara ao caráter temporal do livro, ao lado de uma fita cassete. E é a fita cassete que dá toda a simbologia ao livro de Massari.
À primeira vista, foi de onde o autor tirou suas entrevistas, para levá-las ao ar no "Rock Report" e, agora, transcrevê-las para o livro do programa. Mas, para quem tem mais de 30 anos e se alimentou das informações musicais fornecidas pelo programa, o significado da fita é outro.
O "Rock Report" pertence a uma casta de programas de rock que desde os anos 70, portanto muito antes da internet (já viveu-se uma era de informação sem a internet, acredite), sobrevoa heroicamente a programação quase sempre falível e imbecilizante das rádios rock para trazer o diferencial, as novidades, curiosidades e "esquisitices" importantes das quais se refere Massari. Ou os "verdadeiros bons sons".
O mais dinossáurico programa dessa estirpe heróico-informativa de que se tem notícia foi o "Caleidoscópio", produzido pela rádio América no AM e que focava o rock depois dos Beatles. Depois, o bom no AM era ouvir a Excelsior, onde figuras carimbadas como Maurício Kubrusly (hoje na Rede Globo) entregava o ouro sonoro.
Na mesma Excelsior, mas já na era FM, o conhecido Kid Vinil, hoje comandante da revitalizada e comemorada programação de formato livre da Brasil 2000, mandava punk e new wave pelos ares em 79, no "Programa do Kid Vinil", às segundas, 22h. Logo depois Vinil dividia o "Rock Sandwich", que aos sábados a partir das 24h emitia punk e pós-punk em uma primeira hora, e depois dava lugar para Leopoldo Rei trazer as últimas do heavy metal.
Nos anos 80, se via jornal a Ilustrada dava conta das novas tendências, Kid Vinil colocava no ar o "New Beat", na rádio Antena 1, com a missão de repassar as últimas da grande fase do rock inglês da época.
Estamos em 84 e 85. E o "New Beat" tinha, na mesma emissora, a companhia de outro programa diferenciado, o "Blue Moon", pilotado por Fernando Naporano, outro que à época escrevia na Ilustrada. Enquanto isso a Bandeirantes FM abria espaço para o dark "New Music", nas noites de sextas.
Em 85, e até 95, a rádio brasileira teve o "Novas Tendências", produzido e apresentado por José Roberto Mahr, hoje diretor da rádio carioca Fluminense FM.
Através do "NT", que foi veiculado primeiro pela 89FM e depois ganhou transmissão nacional pela Rádio Cidade, os ouvintes brasileiros se atualizavam de pop e rock dos bons. E já sentia chegar as primeiras batidas eletrônicas.
Parente próximo do "Rock Report", agora já no começo dos 90 e emulado pelo rock americano de Seattle e além, era o "Garagem". Foi ao ar na Gazeta FM, desapareceu até 99, voltou na Brasil 2000, teve nova ida-e-vinda e hoje se mantém vivo às segundas-feiras, com a difícil missão de trazer o diferencial e o novo na era fácil da internet, quando um programa desses gravado com carinho em uma fita cassete parece objeto de estudo de paleontologia.
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Ex-VJ e radialista transpõe para o papel entrevistas de "Rock Report"
"Emissões" remexe época pré-internet
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A capa de "Emissões Noturnas" é emblemática. Traz uma estampa dessas de arquivo, que direciona de cara ao caráter temporal do livro, ao lado de uma fita cassete. E é a fita cassete que dá toda a simbologia ao livro de Massari.
À primeira vista, foi de onde o autor tirou suas entrevistas, para levá-las ao ar no "Rock Report" e, agora, transcrevê-las para o livro do programa. Mas, para quem tem mais de 30 anos e se alimentou das informações musicais fornecidas pelo programa, o significado da fita é outro.
O "Rock Report" pertence a uma casta de programas de rock que desde os anos 70, portanto muito antes da internet (já viveu-se uma era de informação sem a internet, acredite), sobrevoa heroicamente a programação quase sempre falível e imbecilizante das rádios rock para trazer o diferencial, as novidades, curiosidades e "esquisitices" importantes das quais se refere Massari. Ou os "verdadeiros bons sons".
O mais dinossáurico programa dessa estirpe heróico-informativa de que se tem notícia foi o "Caleidoscópio", produzido pela rádio América no AM e que focava o rock depois dos Beatles. Depois, o bom no AM era ouvir a Excelsior, onde figuras carimbadas como Maurício Kubrusly (hoje na Rede Globo) entregava o ouro sonoro.
Na mesma Excelsior, mas já na era FM, o conhecido Kid Vinil, hoje comandante da revitalizada e comemorada programação de formato livre da Brasil 2000, mandava punk e new wave pelos ares em 79, no "Programa do Kid Vinil", às segundas, 22h. Logo depois Vinil dividia o "Rock Sandwich", que aos sábados a partir das 24h emitia punk e pós-punk em uma primeira hora, e depois dava lugar para Leopoldo Rei trazer as últimas do heavy metal.
Nos anos 80, se via jornal a Ilustrada dava conta das novas tendências, Kid Vinil colocava no ar o "New Beat", na rádio Antena 1, com a missão de repassar as últimas da grande fase do rock inglês da época.
Estamos em 84 e 85. E o "New Beat" tinha, na mesma emissora, a companhia de outro programa diferenciado, o "Blue Moon", pilotado por Fernando Naporano, outro que à época escrevia na Ilustrada. Enquanto isso a Bandeirantes FM abria espaço para o dark "New Music", nas noites de sextas.
Em 85, e até 95, a rádio brasileira teve o "Novas Tendências", produzido e apresentado por José Roberto Mahr, hoje diretor da rádio carioca Fluminense FM.
Através do "NT", que foi veiculado primeiro pela 89FM e depois ganhou transmissão nacional pela Rádio Cidade, os ouvintes brasileiros se atualizavam de pop e rock dos bons. E já sentia chegar as primeiras batidas eletrônicas.
Parente próximo do "Rock Report", agora já no começo dos 90 e emulado pelo rock americano de Seattle e além, era o "Garagem". Foi ao ar na Gazeta FM, desapareceu até 99, voltou na Brasil 2000, teve nova ida-e-vinda e hoje se mantém vivo às segundas-feiras, com a difícil missão de trazer o diferencial e o novo na era fácil da internet, quando um programa desses gravado com carinho em uma fita cassete parece objeto de estudo de paleontologia.
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