06/09/2000 - 15h36

Curta com Claudia Schiffer é recebido com vaias e risos em Veneza

AMIR LABAKI
especial para a Folha Online, em Veneza

Reuters

A modelo, em Veneza

Claudia Schiffer, 30, não dá sorte no cinema. A supermodelo alemã veio a Veneza apresentar um curta-metragem experimental do britânico Nicolas Roeg (O Homem Que Caiu na Terra), "Sound" (Som).

O curta foi recebido ontem entre vaias e risos na sessão de imprensa. Semanas de mesa de edição foram gastas por Roeg para produzir o que Duda Leite (Eurochannel) bem definiu como uma confusa e esticada abertura do Fantástico. Cada um tem a "globeleza" que merece.

Exibido na mostra Novos Territórios, "Sound" saqueia o imaginário fílmico, do monolito de "2001" a clipes de filme mudo. Schiffer surge aqui e ali, ora deusa da beleza, ora diva da aurora do cinema. Roeg teve a sua disposição uma das faces mais célebres do mundo de hoje -e não sabe o que fazer com ela.

"Fiz um vídeo de 16 minutos na tentativa de repisar a justa importância do som, que não deve ser subvalorizado frente a imagem", sustentou Roeg.

"Escolhi Schiffer como Schiffer. Sua beleza benze cada imagem".

"Sound" foi feito em parceria com a banda Portishead. É o começo de uma série, que deve contar com colaborações também de Peter Gabriel, por exemplo.

Schiffer tem ainda três filmes esperando lançamento. Sua, digamos, filmografia já conta 13 títulos. Os mais lembrados são "Pret-À-Porter", de Altman, e o documentário "Catwalk". O resto é melhor esquecer. "Sound" parece condenado a engrossar a última lista.

O crítico Amir Labaki, da equipe de articulistas da Folha, está em Veneza a convite da organização do festival