Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
16/11/2003 - 03h51

Globo testa no ar nova safra de sitcoms

Publicidade

DANIEL CASTRO
Colunista da Folha de S.Paulo

Nunca se pensou tanto em sitcom na Globo como agora. Estimulada pelo sucesso de "Os Normais", a emissora irá testar, no ar, na programação de final de ano, três programas com algum grau de parentesco com as comédias de situação americanas.

Um quarto projeto de sitcom deverá ter um piloto (programa-teste) gravado no início de 2004. Dos quatro, pelo menos um deve emplacar na programação regular da Globo no ano que vem, nas noites de sextas-feiras. Um segundo pode vir a entrar no ar aos domingos, após o "Fantástico".

Além da Globo, Record e Rede TV! devem investir em sitcoms no próximo ano. A Record deverá ter uma protagonizada pelo cantor Netinho de Paula.
Sitcoms não são exatamente novidade no Brasil. Programas com semelhanças ao formato existem desde os anos 60. A novidade é que agora estão em alta.

"Na história da TV, sempre houve períodos em que se apostou mais ou menos em séries. Já houve muitos seriados de humor, como "A Grande Família". Mas só "Os Normais" foi mesmo a primeira sitcom brasileira com olhar para o modelo internacional", diz José Alvarenga Jr., diretor de "Os Normais" e de dois dos quatro novos projetos da Globo.

"O que difere as sitcoms é o ritmo. "A Grande Família" poderia ser o núcleo cômico de uma novela. Sitcoms, não. Elas têm um momento cômico a cada minuto, piadas rápidas, enxutas. Séries de humor têm uma carga emocional maior. Nas sitcoms, se faz rir de ponta a ponta. Nas séries de humor, o riso é mais espaçado", ensina Alvarenga Jr..

Além disso, sitcoms são geralmente programas com 30 minutos, de elenco pequeno, amparados num bom texto, com histórias que começam e terminam no mesmo episódio.

"Sitcom é um formato muito barato. Dá para fazer por R$ 35 mil a R$ 45 mil por episódio, enquanto uma novela da Globo custa pelo menos R$ 100 mil por capítulo", afirma Netinho de Paula.

Alvarenga Jr. credita ao sucesso de "Os Normais" o fato de a Globo acenar com investimentos em sitcoms em 2004. Diz que o programa, que ficou no ar entre 2001 e outubro passado, provou que é possível fazer séries à americana com qualidade. Os anunciantes querem mais, afirma.

Dos três programas que a Globo irá testar no final do ano, "Carol & Bernardo" é o mais fiel ao formato de sitcom. Carol (Andréa Beltrão) e Bernardo (ainda não definido) formam um casal indestrutível. Ela é advogada, pragmática. Ele, um músico sonhador, desempregado. Tudo acontece, mas nada abala a união. Lembra "Mad about You" (Sony).

Já "A Diarista", segundo o diretor Alvarenga Jr., diferentemente das sitcoms tradicionais, não terá cenário fixo, mas locações. Escrita pela novelista Glória Perez, será protagonizada por Cláudia Rodrigues, que viverá uma faxineira e muambeira que circula por casas de família, hotéis e hospitais.

O terceiro projeto a ser testado no fim de ano será "Sob Nova Direção". Nele, Heloísa Perissé e Ingrid Guimarães interpretam duas amigas que compram um bar. O plano é transformar o bar em um lugar da moda, mas nada do que elas fazem dá certo. O bar acaba virando espaço para festas de debutantes, shows e stripteases.

"Esculhambação", que só terá piloto em 2004, encerra o pacote. Também será dirigido por Alvarenga Jr. e escrito pelos roteiristas de "Os Normais", Alexandre Machado e Fernanda Young.

O programa irá explorar a prática do brasileiro de falar mal dos outros. "Os personagens são funcionários públicos encostados em uma repartição que guarda arquivos do Dops [Departamento de Ordem Pública e Social, espécie de polícia política do regime militar]. A cada programa, sorteia-se a ficha de um cidadão, que é chamado à repartição. Lá, acabam com a vida dessa pessoa", resume Alvarenga Jr..
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página