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07/09/2000
-
13h22
AMIR LABAKI
especial para a Folha Online, em Veneza
Ed Harris (Apolo 13) lança hoje em Veneza talvez o filme de sua vida: "Pollock", a primeira cinebiografia de um dos maiores pintores dos EUA do pós-guerra. Harris dedicou mais de uma década ao projeto. É o produtor, protagonista e até estréia na direção.
"Pollock" cai na armadilha de tentar psicanalizar o criador da "action painting" e um dos mestres do expressionismo abstrato americano. Baseado numa das mais respeitadas biografias do pintor, o roteiro procura didatizar tudo.
Dois exemplos bastam. A câmera mostra Pollock (Harris) pensando. Corte para tela branca. Um jazz ataca na trilha. Pollock se mexe -e nasce sua versão do expressionismo abstrato. Quase uma hora depois, o pintor abaixa-se com um pincel na mão. Algumas gotas espirram no chão ao lado da tela.
Tam-tam-taram: é o clique para a "action painting".
Compreende-se, assim, como é difícil levar a sério "Pollock", exibido na mostra paralela Cinema do Presente. O filme ironiza até os bastidores das filmagens dos dois documentários clássicos de Hans Namuth, que congelaram para a eternidade Pollock em ação. É como cuspir no prato que comeu. Sem Namuth, o Pollock de "Pollock" seria ainda mais pobre.
Nem tudo é um desastre. Harris conduz o filme com mão firme e retira excelentes desempenhos dos atores, especialmente de Marcia Gay Garden como Lee Krasner, pintora e companheira de Pollock. Assista-se "Pollock" como um respeitável contra-exemplo de biografias filmadas de artistas. Mas o mistério de sua arte continua intacto.
O crítico Amir Labaki, da equipe de articulistas da Folha, está em Veneza a convite da organização do festival
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Ed Harris lança em Veneza filme que não desfaz mistério de Pollock
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"Pollock" cai na armadilha de tentar psicanalizar o criador da "action painting" e um dos mestres do expressionismo abstrato americano. Baseado numa das mais respeitadas biografias do pintor, o roteiro procura didatizar tudo.
Dois exemplos bastam. A câmera mostra Pollock (Harris) pensando. Corte para tela branca. Um jazz ataca na trilha. Pollock se mexe -e nasce sua versão do expressionismo abstrato. Quase uma hora depois, o pintor abaixa-se com um pincel na mão. Algumas gotas espirram no chão ao lado da tela.
Tam-tam-taram: é o clique para a "action painting".
Compreende-se, assim, como é difícil levar a sério "Pollock", exibido na mostra paralela Cinema do Presente. O filme ironiza até os bastidores das filmagens dos dois documentários clássicos de Hans Namuth, que congelaram para a eternidade Pollock em ação. É como cuspir no prato que comeu. Sem Namuth, o Pollock de "Pollock" seria ainda mais pobre.
Nem tudo é um desastre. Harris conduz o filme com mão firme e retira excelentes desempenhos dos atores, especialmente de Marcia Gay Garden como Lee Krasner, pintora e companheira de Pollock. Assista-se "Pollock" como um respeitável contra-exemplo de biografias filmadas de artistas. Mas o mistério de sua arte continua intacto.
O crítico Amir Labaki, da equipe de articulistas da Folha, está em Veneza a convite da organização do festival
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