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16/12/2003 - 03h46

"Cidades Ilustradas" redesenhará Salvador e Curitiba

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da Folha de S.Paulo

A coleção "Cidades Ilustradas", lançada pela editora mineira Casa 21, teve início com a ida do desenhista francês Jano ao Rio de Janeiro no ano 2000 --visita que, além de um álbum composto pelas aquarelas do ilustrador, ainda rendeu o documentário "Rio de Jano", de Eduardo Souza Lima, Anna Azevedo e Renata Baldi, espécie de making of do livro.

Depois da BH de Prado, os próximos volumes trarão a versão de dois cariocas --Marcello "Gaú" Quintanilha e César Lobo-- para Salvador e Curitiba, respectivamente. A editora ainda quer um mesmo número retratando as "cidades do ouro" mineiras: Tiradentes, São João del Rey e Congonhas, no traço de Marcelo Llelis.

São Paulo de Caruso

Se o francês Jano e o espanhol Prado se saíram bem ao esquadrinhar Rio e BH, fatiar a "grande pizza, de todos os sabores" que é São Paulo exige mãos um tanto mais hábeis: as de um filho de Aurora com Madalena, de Paulo até no próprio nome.

"São Paulo por Paulo Caruso", que a editora MM Comunicação e a Imprensa Oficial do Estado lançaram no início deste mês, é tanto uma homenagem quanto uma piada de bom gosto que o cartunista preparou para o aniversário de 450 anos da cidade.

Uma divertida jornada de (re)descoberta que percorre desde a "arquitetura chantilly" do centro histórico até as heróicas mas nem tão plácidas margens do Ipiranga; das construções dos modernos Oscar Niemeyer e Vilanova Artigas ao "estilo portfólio" das modernosas av. Paulista e av. Luiz Carlos Berrini.

São Paulo é um embate de personagens: "Como nas melhores famílias, quando algumas facções se encontram, a gente sempre espera que o pior aconteça e a coisa desande em briga (...) Há um lugar privilegiado para se assistir a esse confronto a céu aberto das nossas origens. É o vale do Anhangabaú, onde o Martinelli se encontra com o Banespa sob o olhar distante do Banco do Brasil e do pai de todos (...) o edifício Sampaio Moreira", escreve Caruso no texto que acompanha os retratos/caricaturas dos principais bairros e marcos turísticos.

Da personalidade à ausência dela, Caruso viaja ao Bom Retiro, antigo reduto de judeus. O que vê são ideogramas coreanos, fachadas coloridas e uma revoada de IPSs ("Indivíduo Portador de Sacola").

Tampouco a imponência do prédio dos Correios resiste ao tempo: "Parar diante de um prédio desses é como ouvir ópera. Exige um certo enlevo para o qual milhares de camelôs ao redor contribuem com uma sinfonia de música incidental, orquestrada à maneira de Tom Zé".

Ao quadriculado monocromático do antigo Liceu de Artes e Ofícios do arquiteto Ramos de Azevedo, hoje Pinacoteca do Estado, somam-se agora mosaicos coloridos de Volkswagen, Fiat, Ford e cia., pilotados não raro por quem, nota, "nunca sequer ouviu falar em Almeida Júnior".

Caruso não deixa, contudo, de louvar e imaginar, como artista que é, a sua própria São Paulo dos sonhos. Além da estação do metrô Sumaré, um "gol de placa" do artista plástico Alex Fleming, Caruso continua a idealizar uma São Paulo mais bonita, como, por exemplo, no dia em que dos Jardins da av. Brasil e arredores se fizerem o Central Park da capital. É que a cidade precisa respirar.

SÃO PAULO POR PAULO CARUSO
Editoras:
MM Comunicação e Imesp
Preço: R$ 100 (160 págs.)

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