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17/12/2003 - 04h01

"Dicionário Sesc" constrói labirinto da cultura com 2.500 verbetes

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CASSIANO ELEK MACHADO
da Folha de S.Paulo

Tudo o que é da cultura cabe em algum lugar entre os termos "aba" e "zoomorfismo". São estes o primeiro e o último verbetes de uma das obras mais ambiciosas já feitas no país sobre a linguagem usada na literatura, arquitetura, cinema, teatro, dança e nas artes de outras musas.

Lançado na semana passada, o "Dicionário Sesc - A Linguagem da Cultura" procura dar conta do recado em 2.500 termos, compilados em um volume de pouco menos do que 800 páginas.

Cada um desses verbetes, de "acrópole" a "zarzuela", de "baião" a "xilogravura", de "Dogma 95" a "vilancete" (ou seja: "Na época do trovadorismo galaico-português, constituiu uma forma poético-musical...") foram redigidos por um homem só.

Newton Cunha, 54, é o realizador desse trabalho quixotesco (veja verbete no livro). Funcionário do Sesc desde 1972, o pesquisador passou os últimos oito anos redigindo o dicionário, que ele mesmo inventou de fazer.

"No Sesc lidamos com as mais variadas formas de expressões artísticas. Em 1994 tive a percepção da necessidade de dominar melhor seus universos conceituais." Com carta branca do diretor regional do Sesc-SP, Danilo Santos de Miranda, Cunha trabalhou desde então full time no seu "thesaurus" (veja verbete no livro).

O pesquisador, que tinha seu único livro publicado sobre sociologia do lazer, tema que estudou na Sorbonne, dividiu sua obra em dois tipos de verbetes: os termos compreensivos ("expressões historicamente delimitadas", como arte medieval, renascimento, surrealismo...) e os explicativos ("palavras de conhecimento técnico").

Todo esse manancial foi reunido em um só volume. "Queria mostrar de uma vez só o labirinto que as artes proporcionam", diz.

Publicado pela editora Perspectiva, com supervisão do tarimbado Jacó Guinsburg, o livro teve colaborações de nove pesquisadores. Cássia Navas (dança), Dilmar Miranda (música), Ismail Xavier e Leandro Saraiva (cinema), Katia Canton (artes), Maria Isabel Villac (arquitetura), Nelly Novaes Coelho (literatura) e Silvana Garcia e Fátima Saadi (teatro) fizeram um verbete cada sobre a situação de cada uma dessas artes no Brasil do final do milênio.

Obra de amplitude invejável, o dicionário tem lacunas, como era de esperar. Tem verbete para Escola de Utrecht e de Fontainebleau, mas não Escola de Frankfurt. Falta pirataria, bebop, Semana de 22, palco italiano, jongo etc. "Se pusesse tudo não acabaria nunca", brinca Cunha.

DICIONÁRIO SESC
Autor: Newton Cunha
Editoras: Perspectiva e Sesc Paulista
Quanto: R$ 130 (780 págs.)
 

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