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18/12/2003
-
05h28
TALITA FIGUEIREDO
da Folha de S.Paulo, do Rio
Ex-governador de Pernambuco (1979-1982) durante o regime militar e vice-presidente da República por dois mandatos (1994-2002), o senador Marco Maciel (PFL-PE), 63, deve ser eleito hoje para a vaga do jornalista e empresário Roberto Marinho na ABL (Academia Brasileira de Letras).
Acadêmicos afirmam que já há 25 cartas a favor dele (são necessárias 19). As cartas foram entregues a Maciel antecipadamente.
"Se tudo ocorrer dentro dos padrões de norma e temperatura é isso o que vai acontecer. Marco Maciel será eleito", disse o acadêmico Arnaldo Niskier.
O maior adversário de Maciel é o jornalista e escritor mineiro Fernando Morais, autor de "A Ilha", sobre Cuba, "Olga" , sobre a militante alemã Olga Benário, primeira mulher do dirigente comunista Luís Carlos Prestes, e "Chatô, o Rei do Brasil", sobre o dono dos Diários Associados, Assis Chateaubriand.
Morais intensificou sua campanha nas últimas semanas e, segundo acadêmicos, fez muitos amigos. A avaliação é de que ele teria boas chances em uma próxima tentativa.
"Ele fez uma campanha corajosa, lutando pelos votos um a um. É um grande escritor que não vai sair dessa eleição derrotado, mas não-vitorioso. E com grandes chances de ser eleito para outra vaga", disse o jornalista e acadêmico Murilo Melo Filho.
Segundo ele, a demora de Morais, de três ou quatro dias, em se candidatar, deu a Maciel tempo para garantir o voto da maioria dos acadêmicos.
"Muitos se comprometeram a votar no Marco Maciel e nem poderiam voltar atrás. Por outro lado, ele [Maciel] vem nos cercando e nos cultivando há muitos anos. Ele acompanha as reuniões, manda cartas. Sua eleição é natural, era questão de tempo", disse Melo Filho.
Outros 11 candidatos disputam a cadeira 39, que pertenceu a Roberto Marinho, entre eles a deputada estadual Heloneida Studart (PT-RJ). A eleição será às 16h. O fundador das Organizações Globo morreu em agosto, aos 98 anos.
Além de governador do Estado de Pernambuco, eleito por voto indireto, o senador Marco Maciel foi ministro da Educação e Cultura (1985-1986) e ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência da República (1986-1987). É membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Ciências Morais e Políticas.
Cadeiras vagas
Com a eleição de hoje, restarão duas cadeiras vagas na ABL. Em fevereiro, a cadeira que ficou vaga com a morte do advogado e sociólogo Almir Madeira, em outubro, será disputada, entre outras pessoas, pelo jornalista Marcio Moreira Alves e pela antropóloga Maria Beltrão.
Para março, está marcada a eleição para a vaga de Rachel de Queiroz, que morreu em novembro. Postulam a vaga o historiador José Murilo de Carvalho e o poeta e publicitário Mauro Salles.
Embora acadêmicos afirmem que as eleições para a ABL não sofrem influência política, cadeiras vagas costumam ser ocupadas por personalidades com atuação em linha semelhante à de seus antecessores.
O escritor Moacyr Scliar, colunista da Folha de S.Paulo, foi empossado em outubro na vaga que havia sido do jornalista e escritor Geraldo França de Lima. O jornalista Cícero Sandroni, antigo militante pela liberdade de imprensa, tomou posse em novembro da vaga deixada pelo advogado e historiador Raymundo Faoro.
Marco Maciel é favorito à vaga na Academia Brasileira de Letras
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da Folha de S.Paulo, do Rio
Ex-governador de Pernambuco (1979-1982) durante o regime militar e vice-presidente da República por dois mandatos (1994-2002), o senador Marco Maciel (PFL-PE), 63, deve ser eleito hoje para a vaga do jornalista e empresário Roberto Marinho na ABL (Academia Brasileira de Letras).
Acadêmicos afirmam que já há 25 cartas a favor dele (são necessárias 19). As cartas foram entregues a Maciel antecipadamente.
"Se tudo ocorrer dentro dos padrões de norma e temperatura é isso o que vai acontecer. Marco Maciel será eleito", disse o acadêmico Arnaldo Niskier.
O maior adversário de Maciel é o jornalista e escritor mineiro Fernando Morais, autor de "A Ilha", sobre Cuba, "Olga" , sobre a militante alemã Olga Benário, primeira mulher do dirigente comunista Luís Carlos Prestes, e "Chatô, o Rei do Brasil", sobre o dono dos Diários Associados, Assis Chateaubriand.
Morais intensificou sua campanha nas últimas semanas e, segundo acadêmicos, fez muitos amigos. A avaliação é de que ele teria boas chances em uma próxima tentativa.
"Ele fez uma campanha corajosa, lutando pelos votos um a um. É um grande escritor que não vai sair dessa eleição derrotado, mas não-vitorioso. E com grandes chances de ser eleito para outra vaga", disse o jornalista e acadêmico Murilo Melo Filho.
Segundo ele, a demora de Morais, de três ou quatro dias, em se candidatar, deu a Maciel tempo para garantir o voto da maioria dos acadêmicos.
"Muitos se comprometeram a votar no Marco Maciel e nem poderiam voltar atrás. Por outro lado, ele [Maciel] vem nos cercando e nos cultivando há muitos anos. Ele acompanha as reuniões, manda cartas. Sua eleição é natural, era questão de tempo", disse Melo Filho.
Outros 11 candidatos disputam a cadeira 39, que pertenceu a Roberto Marinho, entre eles a deputada estadual Heloneida Studart (PT-RJ). A eleição será às 16h. O fundador das Organizações Globo morreu em agosto, aos 98 anos.
Além de governador do Estado de Pernambuco, eleito por voto indireto, o senador Marco Maciel foi ministro da Educação e Cultura (1985-1986) e ministro-chefe do Gabinete Civil da Presidência da República (1986-1987). É membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Ciências Morais e Políticas.
Cadeiras vagas
Com a eleição de hoje, restarão duas cadeiras vagas na ABL. Em fevereiro, a cadeira que ficou vaga com a morte do advogado e sociólogo Almir Madeira, em outubro, será disputada, entre outras pessoas, pelo jornalista Marcio Moreira Alves e pela antropóloga Maria Beltrão.
Para março, está marcada a eleição para a vaga de Rachel de Queiroz, que morreu em novembro. Postulam a vaga o historiador José Murilo de Carvalho e o poeta e publicitário Mauro Salles.
Embora acadêmicos afirmem que as eleições para a ABL não sofrem influência política, cadeiras vagas costumam ser ocupadas por personalidades com atuação em linha semelhante à de seus antecessores.
O escritor Moacyr Scliar, colunista da Folha de S.Paulo, foi empossado em outubro na vaga que havia sido do jornalista e escritor Geraldo França de Lima. O jornalista Cícero Sandroni, antigo militante pela liberdade de imprensa, tomou posse em novembro da vaga deixada pelo advogado e historiador Raymundo Faoro.
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