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09/09/2000 - 04h21

Romance de Antonio Callado pode se tornar filme

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da Folha de S.Paulo

Um dos romances mais conhecidos do escritor Antonio Callado (1917-1997), "Bar Don Juan" (1971), poderá se transformar em um filme, a ser dirigido por José Joffily, de "Quem Matou Pixote?".

O roteiro, preparado pelos estreantes Tobias, 38, e Lúcia Duarte, 41, já está pronto, e alguns atores, como Paulo Betti, Louise Cardoso e Tuca Andrade, já aceitaram o convite para participar do filme.

"Falta o mais difícil: captar os recursos", diz o produtor Chris Rodrigues, da Spotlight, que está finalizando uma proposta de orçamento a ser apresentada ao Ministério da Cultura, para que a produção possa captar recursos com base na Lei do Audiovisual.

Com um orçamento inicial de R$ 3 milhões, Rodrigues, que já produziu "Macunaíma", dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, e "Como Era Gostoso o Meu Francês", de Nelson Pereira dos Santos, conta que ele e os roteiristas decidiram refazer o orçamento para reduzi-lo.

"Por causa do "efeito Chatô", há poucos investidores dispostos a apostar em novos produtos. Por isso, resolvemos cortar os custos", explica o produtor, referindo-se ao filme inacabado de Guilherme Fontes.

A idéia de adaptar "Bar Don Juan" para o cinema surgiu no início de 1996. "Adaptei os três primeiros capítulos e levei para Callado dar uma olhada. Ele gostou e disse que eu tinha a aprovação dele para continuar o trabalho", conta Tobias Duarte.

Após a morte do escritor, em janeiro de 1997, Tobias e sua irmã, Lúcia, procuraram os herdeiros do escritor, Tessy e Paulo. "Achei ótima a idéia e os incentivei a continuar", diz Tessy.

"Bar Don Juan" é um romance que recria o ambiente político brasileiro do final dos anos 60, representado pelos frequentadores de um bar -intelectuais engajados e boêmios, personagens típicos da época.

Callado, colunista da Folha de 1992 a 1997, escreveu "Bar Don Juan" no auge da repressão política. No romance, ele retrata a chamada "esquerda festiva" e seus "guerrilheiros" mal preparados, mas dispostos a lutar.
"É um romance emocionante, um retrato marcante de um período da história brasileira", diz Tobias Duarte.

Além de "Bar Don Juan", Tobias e Lúcia Duarte começaram agora os preparativos para adaptar mais uma obra do escritor -o romance "Concerto Carioca".

"Ainda estamos no primeiro tratamento do roteiro, que deverá ser dirigido por Paulo, filho de Callado", conta o roteirista.

Exposição

Até o dia 29 de setembro, a ABL (Academia Brasileira de Letras) está apresentando a exposição "Antonio Callado: O Doce Radical", que apresenta a trajetória do escritor dividida em 12 temas centrais, considerados os mais marcantes de sua obra -entre eles, sua paixão pelo teatro, seu interesse pelos índios, sua carreira como jornalista e sua preocupação com as guerras.

Para cada tema, há fotos, trechos de seus livros e um painel com frases retiradas de textos do escritor.

Há ainda raridades como dois exemplares do jornal "O Ensaio", com um poema inédito do escritor, "Tu e Meu Verso", escrito quando Callado tinha 17 anos.

O exemplar é uma edição de maio de 1934 do jornal editado pelos alunos do Ginásio Bittencourt Silva, onde Callado estudou entre 1930 e 1935. A galeria Manuel Bandeira, onde está montada a exposição, funciona de segunda a sexta-feira das 13h às 18h. A sede da ABL fica na avenida Presidente Wilson, 203, centro do Rio. A entrada é franca.

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