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01/01/2004 - 06h13

"O Gato" se perde em redundância

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PEDRO BUTCHER
Crítico da Folha de S.Paulo

Hollywood não tem sido justa com Dr. Seuss (1904-1991), um dos mais conhecidos autores de livros infantis dos EUA. O objetivo do produtor Brian Grazer, à frente das duas adaptações cinematográficas recentes, é cheio de boas intenções.

Ele está convocando grandes comediantes do cinema americano para recriar, na tela, os personagens mais populares de Dr. Seuss e usando a farta palheta visual possibilitada pela tecnologia de Hollywood para reproduzir o mundo fantasioso a que pertencem. Foi assim em "O Grinch", com Jim Carrey. É assim em "O Gato", com Mike Myers.

O maior problema dos dois filmes é basicamente o mesmo e está ligado à dramaturgia. A necessidade de esticar histórias breves para fazê-las caber em um longa-metragem gera situações redundantes e sem graça.

"O Gato" sofre ainda de outros males, como a sensação de que Mike Myers não está confortável sob a roupa e a maquiagem da caracterização de seu personagem, um gato com uma cartola enorme e que aparece para bagunçar a vida de duas crianças, para no fim lhes dar uma lição de moral.

Os dotes de comediante de Myers, criador da hilária paródia dos espiões do cinema "Austin Powers", estão ligados a um humor politicamente incorreto e ao improviso, coisas que estão fora de questão em "O Gato".

Outro elemento de estranheza é o próprio visual multicolorido, que reproduz as páginas de um livro infantil. Se no livro um visual como esse é um estímulo, na tela ele parece, ao contrário, uma barreira à fantasia. É subestimar demais a cabeça dos pequenos, parte de uma geração formada pelo audiovisual, muito à frente do tatibitate de adaptações como essa.

Avaliação:

O Gato (The Cat in the Rat)
Produção: EUA, 2003
Direção: Bo Welch
Com: Mike Myers, Alec Baldwin
Quando: a partir de hoje nos cines Belas Artes, Internacional Guarulhos e circuito
 

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