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09/01/2004 - 14h11

Veja como foi a repercussão do filme de Sganzerla no Festival de Brasília

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da Folha Online

Leia abaixo uma reportagem da Folha Online, publicada em 26 de novembro de 2003, com a repercussão do filme "O Signo do Caos", de Rogério Sganzerla, no Festival de Brasília. Ele morreu nesta manhã no Hospital do Câncer de São Paulo, aos 57 anos, em razão de um câncer no cérebro.

"A atriz Djin Sganzerla, filha do cineasta Rogério Sganzerla, 57, de "O Signo do Caos", homenageou o pai na entrega dos prêmios do 36º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ele, que produziu o auto-intitulado "antifilme" e levou dois troféus Candango na noite de ontem, não compareceu ao festival por estar doente.

Sganzerla, que em 1968 fez "O Bandido da Luz Vermelha", está com a saúde frágil devido a um câncer. Ao subir no palco pela segunda vez para receber o prêmio de melhor direção do festival, Djin, que participa do filme do pai, reproduziu, emocionada, uma frase que ele dissera recentemente: "O que pode me curar... o que pode me salvar neste momento é uma câmera".

Ela é filha de Sganzerla com a atriz Helena Ignez, que também está em "O Signo do Caos", considerado um símbolo de um ressentimento com o cinema nacional, que sempre passou por dificuldades e nunca foi devidamente valorizado. Na ausência de imagens, o filme traz frases que amargam, provocam e refletem o orgulho de ser brasileiro.

O filme se inspira na passagem do cineasta norte-americano Orson Welles (1915-1985) pelo Brasil em 1942, quando não conseguiu concluir "It's All True" ("É Tudo Verdade").

Impaciência

A cerimônia de entrega dos prêmios, realizada no Teatro Nacional, no auditório Cláudio Santoro, foi marcada por homenagens, protesto, impaciência da platéia e deslizes dos apresentadores.

Nem tão menos marcante que a divisão dos prêmios aos filmes, a apresentação da banda local Forrópera irritou o público, que estava ansiosa pelos resultados. O show foi dividido em cinco partes, se alternando com o anúncio dos prêmios, o que esvaziou a platéia quando se aproximava o final da cerimônia. Como consequência, a banda foi vaiada, mas se apresentou até o final.

De volta ao festival depois de ser premiada em 1976 por "Xica da Silva" e após ter sido membro do júri no passado, a atriz Zezé Motta apresentou em tom informal os prêmios da noite, mas confundiu a cabeça da platéia ao fazer alguns anúncios. O prêmio de ator coadjuvante, por exemplo, foi anunciado como o de ator, e o do júri popular dos longas, como do júri oficial.

Protesto e homenagens

Logo no primeiro prêmio anunciado, o da Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância), para filmes que se preocupam com a infância, o cineasta Carlos Reichenbach, de "Garotas do ABC", mandou um recado: "Me orgulho de ter feito um filme de violência sem uma criança sequer armada", disse, atacando filmes da safra de "Cidade de Deus" e do seriado "Cidade dos Homens", de Fernando Meirelles, da qual se diz contrário.

Reichenbach, um dos grandes cineastas que ajudaram a dividir a opinião do público e do júri em Brasília neste ano, também fez uma homenagem na noite da premiação. Vencedor de um prêmio especial do júri pelo argumento de seu filme, ele dedicou o troféu ao cineasta e crítico de cinema Jairo Ferreira.

Já Silvio Tendler, o cineasta de "Glauber - O Filme, Labirinto do Brasil", disse, no final da cerimônia, estar realizado por ter recebido os prêmios da crítica, do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro e do público. Antes, no entanto, defendeu o cinema autoral e independente no país e ofereceu um de seus prêmios a Lúcia Rocha, mãe de Glauber, tema de seu documentário que vinha sendo produzido desde 1981."

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