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14/01/2004 - 04h33

Canal Brasil examina a obra de Sganzerla

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JOSÉ GERALDO COUTO
colunista da Folha

O Canal Brasil exibe a partir de hoje uma retrospectiva compacta da obra de Rogério Sganzerla (1946-2004), que morreu na última sexta-feira.

Além de um excelente "Retratos Brasileiros" do cineasta, realizado por Joel Pizzini, a seleção destaca filmes representativos das várias fases da filmografia do diretor.

"O Bandido da Luz Vermelha" (1968) e "A Mulher de Todos" (69), realizados na Boca do Lixo paulistana, configuram um momento em que Sganzerla, no auge da potência criativa, realizou um cinema ao mesmo tempo experimental e popular.

O primeiro canibaliza o cinema clássico norte-americano, a nouvelle vague, a ficção cientifica e as narrativas policiais radiofônicas, sob o signo da chanchada, para fazer da glória do bandido mascarado que aterrorizou São Paulo uma síntese do país.

No segundo, o dialogo mais evidente é com o cinema erótico. Passa ao primeiro plano a figura da atriz Helena Ignez (mulher do cineasta e parceira em inúmeros filmes), como a fatal Angela Carne e Osso, que seduz milionários e pobretões. Atenção para a atuação de Jô Soares.

Os filmes seguintes, "Sem Essa Aranha" e "Copacabana Mon Amour", foram realizados em 1970 no Rio, na produtora Belair, fundada por Sganzerla e Julio Bressane. Nessa fase, as experiências de linguagem se radicalizam, o plano-sequência substitui a montagem dinâmica dos primeiros longas, o sentido se esgarça e a comunicação com o público fica mais problemática.

A destacar, em "Sem Essa Aranha", o achado que foi a escalação do grande cômico Jorge Loredo (o "Zé Bonitinho") no papel do magnata cafajeste Aranha, signo da burguesia nacional, segundo o diretor. O filme é composto de 17 longuíssimos planos-sequência.

"Copacabana Mon Amour", definido por Sganzerla como "uma mistura alucinada de todos os êxtases", foi filmado com câmera na mão e uma lente similar à cinemascope. A trama mistura prostituição e possessão demoníaca.

Já "Abismu" (78), estrelado por Norma Bengell, é o que o critico Jairo Ferreira chamou de "chanchada psicodélica", inspirada em inscrições rupestres da Amazônia e na musica lisérgica do guitarrista americano Jimi Hendrix.

"Isto É Noel" (90) e "Nem Tudo É Verdade" (85) são ensaios sobre duas referências básicas do cineasta, Noel Rosa e Orson Welles.

RETROSPECTIVA ROGÉRIO SGANZERLA - No Canal Brasil
Quando: hoje: "Retratos Brasileiros", às 21h, e "O Bandido da Luz Vermelha", às 22h. Amanhã: "A Mulher de Todos", às 22h30, e "Sem Essa Aranha", à 0h15. Sex.: "Copacabana Mon Amour", às 22h50 e "Abismu", à 0h20. Sáb.: "Isto É Noel", às 0h10, e "Nem Tudo É Verdade", à 1h
 

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