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16/01/2004
-
09h00
CHRISTIAN PETERMANN
do Guia da Folha
Vencedor do Leão de Ouro de Veneza em 2002, o drama "Em Nome de Deus", do escocês Peter Mullan, parte de fatos reais para construir uma tensão psicológica típica de thrillers de penitenciária feminina. O tratamento inteligente do diretor, porém, evita que um entrecho de apelo catártico se perca numa leitura paquidérmica.
O roteiro de Mullan, que é mais conhecido como ator (Palma de Ouro em Cannes em 98 por "Meu Nome É Joe"), traz à tona os horrores dos lares Madalena na Irlanda católica. Durante décadas e até 1996, essas clausuras receberam mais de 30 mil mulheres maculadas. Essas pagavam os pecados sofrendo humilhações e trabalhando na lavanderia do convento. Inspirado por um teledocumentário, Mullan concentra-se na terrível saga de quatro jovens na Dublin de 1964, em plena revolução sexual.
O diretor denuncia um sistema teocrata arcaico que deplorou o espírito humano em nome de uma suposta virtude. Para tanto, ele valoriza gestos e objetos, que adquirem proporções redentoras numa realidade asfixiante, e concentra-se no admirável elenco feminino, formado por estreantes de incrível fibra e pela veterana Geraldine McEwan, que pratica uma ameaçadora inflexão vocal no papel da irmã Bridget. Elas brilham à frente de um filme desconfortável, mas necessário.
Peter Mullan dirige filme incômodo
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do Guia da Folha
Vencedor do Leão de Ouro de Veneza em 2002, o drama "Em Nome de Deus", do escocês Peter Mullan, parte de fatos reais para construir uma tensão psicológica típica de thrillers de penitenciária feminina. O tratamento inteligente do diretor, porém, evita que um entrecho de apelo catártico se perca numa leitura paquidérmica.
O roteiro de Mullan, que é mais conhecido como ator (Palma de Ouro em Cannes em 98 por "Meu Nome É Joe"), traz à tona os horrores dos lares Madalena na Irlanda católica. Durante décadas e até 1996, essas clausuras receberam mais de 30 mil mulheres maculadas. Essas pagavam os pecados sofrendo humilhações e trabalhando na lavanderia do convento. Inspirado por um teledocumentário, Mullan concentra-se na terrível saga de quatro jovens na Dublin de 1964, em plena revolução sexual.
O diretor denuncia um sistema teocrata arcaico que deplorou o espírito humano em nome de uma suposta virtude. Para tanto, ele valoriza gestos e objetos, que adquirem proporções redentoras numa realidade asfixiante, e concentra-se no admirável elenco feminino, formado por estreantes de incrível fibra e pela veterana Geraldine McEwan, que pratica uma ameaçadora inflexão vocal no papel da irmã Bridget. Elas brilham à frente de um filme desconfortável, mas necessário.
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