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19/01/2004 - 05h24

Amni Hot Spot apresenta sua melhor edição

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ERIKA PALOMINO
colunista da Folha de S.Paulo

Encerrado na última sexta-feira em São Paulo, o Amni Hot Spot de inverno 2004 aponta o amadurecimento de seus participantes, justificando a razão primeira do evento --proporcionar que estilistas iniciantes apresentem coleções temporada após temporada. Eles crescem principalmente no conjunto, convergindo para que essa sexta edição seja a melhor já realizada.

Os melhores desfiles: Emilene Galende e Gisele Nasser. Não por coincidência, designers que mantêm um olho no comercial, propondo abordagens criativas e pessoais. No momento em que a moda conceitual agoniza --no mundo--, também no Amni Hot Spot errou mais quem investiu só no abstrato (chato).

Emilene demonstra bom domínio de seu vocabulário e cada vez mais intimidade com a roupa, conduzindo sua imagem de adolescente "folk" para a de mulher bacana, brincando com o clássico e com o retrô anos 40, tendo como ápice o tailleur de Cintia Dicker. Não é pouco. Gisele, por sua vez, agrada com o boêmio uso das estampas, produzindo roupa verdadeira para uma consumidora descolada e feminina. O mesmo tipo de vitória foi obtido por Fabia Bercsek.

Outra agradável constatação foi ver que J.Pig não era fogo de palha. O simpático estilista acerta de novo em seu segundo desfile, avançando no esportivo e em sua silhueta fragmentada, bom uso das estampas.

O iconoclasta Adriano Costa avança em seu mundo de camisetas, produzindo aquelas que são desde já hit para a estação (Michael Jackson, Caetano Veloso), debochando da própria cultura da moda e de seu próprio hype. Compõe suas imagens com peças de brechó, confundindo (e cansando) o público --até onde vai sua criação? O que não é dele bem que poderia ser feito, já que havia boas peças no desfile, principalmente no masculino.

A Neon --já foi dito-- é uma pequena jóia para fashionistas; Eduardo Inagaki tem o que contar com suas silhuetas e estampas, mas um pouco de pretensão o atrapalha (a melhor peça é o vestido-camisa com bolsões coloridos). A equação é conceito + rua, como no caso de Raquel Uendi e seu modernismo em branco e do casal Depeyre. Wilson Ranieri não deveria ter copiado Miyake na forma de apresentação, empacando a vista de seus sempre corretos vestidos retorcidos. Jefferson de Assis fez progressos, está mais leve, trabalhando bem no tricô e nos looks em lilás do final, com boa imagem de moda. Samuel Cirnanski se mantém fiel ao drama, surpreendendo com a abertura com Michelle Alves, um momento fashion.

Simone Nunes preserva a ironia, flertando com o mercado e brilhando com Rojane de vestido tipo mesa de festa vermelho.
 

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