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27/01/2004
-
15h16
SILVANA ARANTES
LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo
"Zebras acontecem", disse Fernando Meirelles, 47, à Folha minutos após saber que seu longa, "Cidade de Deus", recebera quatro indicações ao Oscar. "Estava aqui sentado tranquilamente, trabalhando, quando me avisaram. Sinceramente é a última coisa que eu esperava."
Num resultado inédito para o cinema brasileiro, o cineasta foi indicado a melhor diretor, e o filme concorre ainda nas categorias de edição, fotografia e roteiro adaptado.
Meirelles está em Londres, preparando "O Jardineiro Fiel", sua primeira produção internacional. De lá, conversou com a Folha por telefone:
Folha - Não parece espantoso que "Cidade de Deus", com orçamento muito aquém da média de Hollywood, tenha conseguido todas essas indicações?
Fernando Meirelles - Em Hollywood, há uns padrões de roteiro, de ator, e todos seguem, querem escolher as carinhas certas que fazem sucesso. Mas a gente vem de um lugar em que não há essa cultura. E por a gente não saber fazer o cinema como eles, acabou fazendo um que tem muita invenção do ponto de vista deles. Como não temos essa cultura do cinema de mercado, acabamos contando uma história fora do formato que eles conhecem. Tudo isso tem um certo frescor. Não é uma responsabilidade minha. Em cada área, a gente tem um pouco de invenção.
Folha - Indicado a melhor diretor, sua carreira sai de controle?
Meirelles - Não sai. Não vou fazer nada além do que já estou fazendo. Estou fazendo esse projeto agora, que não é autoral ["O Jardineiro Fiel"]. Depois vou fazer o "Intolerância" [cujo roteiro está sendo escrito por Bráulio Mantovani]. Talvez meu cachê mude lá pelo quarto filme (risos). Talvez em 2005 ou 2006 isso tenha algum peso. Agora, os outros [indicados de "Cidade de Deus"] certamente já valem o dobro nesta semana.
Folha - No ano passado, você recebeu duas garrafas de champanhe de seu distribuidor no dia das indicações ao Oscar, com o recado de que deveria tomar uma se fosse indicado e duas se não fosse. Quantas garrafas irá tomar hoje?
Meirelles - Já encomendamos uma. Achei que "Cidade de Deus" não faria o gosto médio americano, porque o filme não fez uma performance tão sensacional nos EUA. Fez US$ 5 milhões, não é sensacional. É mais do que no Brasil, mas, para os Estados Unidos não é grande coisa.
Especial
Fique por dentro da 76ª edição do Oscar
"Zebras acontecem", diz Fernando Meirelles sobre indicação ao Oscar
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LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo
"Zebras acontecem", disse Fernando Meirelles, 47, à Folha minutos após saber que seu longa, "Cidade de Deus", recebera quatro indicações ao Oscar. "Estava aqui sentado tranquilamente, trabalhando, quando me avisaram. Sinceramente é a última coisa que eu esperava."
Num resultado inédito para o cinema brasileiro, o cineasta foi indicado a melhor diretor, e o filme concorre ainda nas categorias de edição, fotografia e roteiro adaptado.
Meirelles está em Londres, preparando "O Jardineiro Fiel", sua primeira produção internacional. De lá, conversou com a Folha por telefone:
Folha - Não parece espantoso que "Cidade de Deus", com orçamento muito aquém da média de Hollywood, tenha conseguido todas essas indicações?
Fernando Meirelles - Em Hollywood, há uns padrões de roteiro, de ator, e todos seguem, querem escolher as carinhas certas que fazem sucesso. Mas a gente vem de um lugar em que não há essa cultura. E por a gente não saber fazer o cinema como eles, acabou fazendo um que tem muita invenção do ponto de vista deles. Como não temos essa cultura do cinema de mercado, acabamos contando uma história fora do formato que eles conhecem. Tudo isso tem um certo frescor. Não é uma responsabilidade minha. Em cada área, a gente tem um pouco de invenção.
Folha - Indicado a melhor diretor, sua carreira sai de controle?
Meirelles - Não sai. Não vou fazer nada além do que já estou fazendo. Estou fazendo esse projeto agora, que não é autoral ["O Jardineiro Fiel"]. Depois vou fazer o "Intolerância" [cujo roteiro está sendo escrito por Bráulio Mantovani]. Talvez meu cachê mude lá pelo quarto filme (risos). Talvez em 2005 ou 2006 isso tenha algum peso. Agora, os outros [indicados de "Cidade de Deus"] certamente já valem o dobro nesta semana.
Folha - No ano passado, você recebeu duas garrafas de champanhe de seu distribuidor no dia das indicações ao Oscar, com o recado de que deveria tomar uma se fosse indicado e duas se não fosse. Quantas garrafas irá tomar hoje?
Meirelles - Já encomendamos uma. Achei que "Cidade de Deus" não faria o gosto médio americano, porque o filme não fez uma performance tão sensacional nos EUA. Fez US$ 5 milhões, não é sensacional. É mais do que no Brasil, mas, para os Estados Unidos não é grande coisa.
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