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30/01/2004 - 02h50

Masculino cresce no segundo dia da SPFW

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ERIKA PALOMINO
colunista da Folha

O segundo dia da São Paulo Fashion Week teve como marca o circo armado pela Forum ao combinar a gravação do capítulo da novela "Celebridade" com a foto de sua campanha. Misturou ficção com realidade, tendo lado a lado personagens, mídia e fashionistas típicos da primeira fila.

A ação de marketing e o furor da mídia foram tão fortes (incentivados pelo diretor Dennis Carvalho, orquestrando a cena toda), que chegaram a distrair a atenção da coleção da marca, ultrafeminina, com muitos vestidos esvoaçantes e um perfume anos 20, ao som de Bebel Gilberto.

Foi um bom dia para o masculino brasileiro. Maxime Perelmuter para sua grife, British Colony, esbanjou conhecimento de moda, numa coleção acessível, comercial e ao mesmo tempo cheia de personalidade.

Batizada "O Não Rótulo e Seus Ecos", a coleção se exercita na alfaiataria, no esportivo, na roupa antichuva, no western, no romântico e até no religioso, com uma série de camisetas aludindo a Nossa Senhora de Fátima; a camiseta com que o estilista entrou na passarela perguntava: "God, Are You There?".

"De um tempo para cá, tenho começado a prestar atenção em práticas alternativas de energia. Acredito na proteção. Respeito todas as religiões, esse questionamento (da camiseta) é algo que todo mundo tem", disse o estilista, que é judeu, depois do desfile.

Mario Queiroz, também no masculino, avançou em seu produto, enxugando a silhueta e consertando muitos dos problemas de coleções anteriores. Usou como tema a imagem de um homem romântico, que sofre por amor --e os modelos entravam na passarela chorando (o próprio estilista entrou chorando, ao final, numa dessas curiosas ironias da moda). Uma cartela sóbria, de cinzas, vinhos e pretos, num estilo romântico-urbano bastante atual.

No início do dia, Gloria Coelho começou os trabalhos na Bienal (o primeiro do dia foi a Cori, desenhada por Alexandre Herchcovitch). Foi um bom desfile, em que a estilista desdobra o camuflado em diferentes idéias, em preto, cinza, azul e depois em branco, numa coleção que traz as características do estilo de Gloria Coelho, interpretadas de modo contemporâneo, comercial e desejável. Em clima quase militarista e austero, as modelos encarnavam um exército fashion e verdadeiro, em que tiras desenham calças enxutas e mantôs de lã fecham o corpo, com proporção atual e autoral, como visto em Carol Trentine, com o uso das peles que toma conta do final do desfile, com momentos brancos quase pacifistas.

A Patachou se inspirou no tema Jockey Clube, como Renato Loureiro no primeiro dia, mas, aqui, em malha e tricô, surpreendentes, como no ótimo look de abertura em Isabelli Fontana. Saindo da assepsia gelada de sua última coleção de verão, toda branca e off-white, a estilista mineira Therezinha Santos se rende aos encantos deste inverno 2004 multicolorido e fragmenta sua silhueta, conseguindo resultados joviais e divertidos.

Uma edição de moda com várias écharpes de lã, muitas perneiras e leggings, num megamix de listras. Até aí estava bom. O desfile complica quando a cartela de cor escurece, e os brilhos nas sainhas não surtem tão bom resultado, como as sobreposições. Mas certamente a consumidora da marca vai se encontrar na loja.

A Ellus encerrou o desfile com uma coleção bem misturada, com hippie, rock, western, biquíni, casaco. Tão misturado que confundiu. Os principais acertos ficam por conta do estilo roqueira, que a marca sabe fazer muito bem, e todo o tratamento no jeans, outro forte da grife, que não apareceu, por exemplo, na Forum --outro ícone do jeanswear brasileiro.

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