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01/02/2004 - 13h15

Verão com chuva frustra programação

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BIA ABRAMO
Colunista da Folha de S.Paulo

Pena que são Pedro não tenha colaborado muito com as emissoras da TV neste ano. As agências de publicidade fizeram suas propagandas cheias de gente pelada na praia, a Record, a Bandeirantes e a MTV adaptaram suas programações para transmitir do litoral, e, nada, o verão não veio.

Pelo menos até agora, a atmosfera de alegria solar e desregramento dos sentidos só está na TV --chove no Brasil inteiro e, em São Paulo, chegou a fazer frio em janeiro. É um azar fortuito, por certo, mas que pode servir de advertência a uns e outros não confiarem tanto assim nas idéias preconcebidas, naquilo que se acredita como certo.

Verão, na TV, significa guerra de cervejas, homens e mulheres mostrando seus atributos físicos e um espaço inaudito para shows de música, em especial daquelas que devem bombar no Carnaval. O axé parece ser, na cabeça de emissoras como Record e Bandeirantes, sinônimo de verão, não importa o quão em baixa esteja o gênero --e está.

É só ver o esforço que fazem Adriane Galisteu e Otaviano Costa no "Bahia 50º" para extrair algum interesse de uma apresentação do É o Tchan, em Salvador. Ou o patético de uma apresentação de Kléber Bam Bam, sujeito que ganhou notoriedade ao ganhar o primeiro "Big Brother", cujo talento principal era o de reproduzir uma coreografia para o "hit" (?!?) "Olha a Onda", do grupo Tchakabum (?!?) no "Boa Noite, Brasil".

O famoso Zé Ninguém ressuscitou das sombras de onde jamais deveria ter saído para apresentar seu grupo musical, Kléber Bam Bam e as Pedritas, uma moça feita e duas menininhas de, no máximo, dez anos. Juntos, mas em total descoordenação, eles cantam uma coisa chamada "Yabba Dabba Bam Bam".

Em outra cena, vemos um Olivier Anquier, cujo português é ótimo, mas não o suficiente para improvisar ao vivo, tentando desesperadamente achar as palavras para descrever e qualificar uma cena de Bam Bam com crianças na praia. (E pensar que, enquanto isso, na Globo, mais uma leva de famosos--quem? está sendo gestada na quarta versão (!) do "Big Brother Brasil".)

Já a MTV acerta mais, ao adaptar toda a programação para uma atmosfera mais descontraída de férias, centralizada na "Casa da Praia", e na escalação de Daniela Cicarelli como hostess de um game show, o "Hula Hula". Figura quase caricata de gostosura, Cicarelli lembra, de certa forma, a Paulette, dos quadrinhos de Wolinksi/Pichard, em versão tropical.

Ela é, num certo sentido, péssima --desajeitada, inexperiente--, mas é tão linda e simpática que seus defeitos revestem-se de uma graça irresistível. Seus artifícios são todos tão transparentes --basicamente, consistem em variações em torno dos seus sorrisos--, que ela acaba por convencer de que aquilo tudo é só uma brincadeira divertida.
 

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