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08/02/2004 - 09h00

Receita musical de Norah Jones permanece

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CARLOS CALADO
Do enviado da Folha de S.Paulo a Nova York

Os fãs da voz levemente rouca, dos arranjos suaves e das canções delicadas e românticas de Norah Jones podem ficar tranqüilos. Nas 13 faixas que compõem "Feels like Home", o novo CD da cantora americana, terão mais do mesmo, ou algo bem próximo do que ouviram no best-seller "Come Away with Me" (2002).

Não seria justo dizer, no entanto, que Norah, sua eficiente banda e o veterano co-produtor Arif Mardin (que já trabalhou com outras divas do pop, como Aretha Franklin e Roberta Flack) quiseram repetir uma receita musical que rendeu 18 milhões de discos vendidos.

Até porque a bem balanceada combinação de pop, folk, country e jazz do CD de estréia da cantora trouxe uma sensação de novidade a ouvidos cansados da histeria agressiva ou da vulgarização sexual, que tem dominado o mercado da música pop.

Consciente que está dando continuidade a um projeto musical, Norah alterna redundâncias com pequenas novidades nos ritmos e arranjos das canções, em "Feels like Home".

Se a suave "Sunrise" --parceria com Lee Alexander-- não acrescenta quase nada ao material anterior, outras faixas como "What Am I to You" (outra de Norah) e "In the Morning" (do guitarrista Adam Levy) trazem inflexões do blues e da soul music, que tornam mais acres os vocais e as interpretações.

Por outro lado, as releituras de Norah das canções "The Long Way Home" (de Tom Waits) e "Be Here to Love Me" (de Townes van Zandt) sinalizam uma relativa oscilada para o campo da country music. Guinada que encontra seu ponto mais gritante, literalmente, em "Creepin" In" (de Lee Alexander), um dançante bluegrass, que soa perfeito para animar quadrilhas em qualquer recanto de Nashville ou do Texas. Ainda mais com a participação da veterana cantora Dolly Parton.

Talvez para contrabalancear esse caipirismo (discreto anzol para fisgar o milionário público da country music?), o veterano produtor da Blue Note, Bruce Lundwall, tenha insistido para que a relutante Norah gravasse "Don't Miss You at All", canção inspirada na melodia de "Melancholia", do jazzista Duke Ellington.

Escolhida para fechar o álbum, essa faixa acaba se revelando como um de seus pontos mais altos. Quem sabe, também seja uma indicação de um novo caminho que a diva antipose devesse seguir no próximo trabalho.
 

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