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09/02/2004 - 10h37

Escuta aqui: Um peito de fora e um candidato muito louco

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ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
Colunista da Folha de S.Paulo

Janet Jackson com um peito de fora no intervalo da final do campeonato de futebol americano já é o evento mais buscado da história da internet.

A equipe do Folhateen, sempre atenta às novidades da rede, deu o toque em "Escuta Aqui". Segundo o site da rede britânica BBC, a mama jacksoniana superou, em buscas, até os atentados de 11 de setembro! O porta-voz do site Lycos disse que na segunda-feira, um dia depois do jogo, as buscas pela cena de Janet superaram 60 vezes aquelas pelo vídeo erótico de Paris Hilton e 80 vezes as buscas por Britney Spears.

Se faltava alguma prova de que os americanos são o povo mais maluco do mundo, então não falta mais.

Normalmente, a TV aberta americana não mostra absolutamente nenhuma cena de nu. E vários canais a cabo seguem a mesma política. Se alguém tira a roupa em frente às câmeras, eles botam um efeito por cima. Também não rolam palavrões. Mesmo programas ao vivo vão ao ar com um "delay" de sete segundos, para dar tempo de botar um "piiiiiiii" caso alguém mais boca suja solte o verbo no ar.

Mulher e homem pelados, piadas de sacanagem etc. etc. só rolam nos canas a cabo do tipo "premium", ou seja, aqueles que não fazem parte do pacote básico.

Nesse contexto de sacanagem zero, dá para ter alguma idéia de por que o peito de Janet Jackson causou tamanha encrenca. Não só foi um evento inédito, como aconteceu no principal dia do ano para a TV americana.

Ainda assim, mesmo levando tudo isso em consideração, é impossível para um brasileiro, imagino, entender completamente a obsessão americana pela brevíssima nudez de Janet. Eu, pelo menos, fiquei boiando.

Tudo indica que está indo para o espaço a candidatura democrata de Howard Dean à Presidência dos EUA. Pena, porque seria a primeira candidatura criada e mantida pela internet. Apesar da cara de mané, Dean era o candidato da galera, da rapaziada americana.

O homem é governador de Vermont, no extremo nordeste americano, lugar lindo onde faz um frio desgraçado e não acontece nada. A gestão dele transcorria sem grandes novidades, até que Dean decidiu legalizar, no Estado, a união civil homossexual, também conhecida por casamento gay.

Resumindo a história, foi assim que ele caiu nas graças da galera da internet, das minorias e de alternativos em geral. O site da candidatura Dean virou uma máquina eficientíssima de arrecadar fundos de campanha.

Em meio à caretice dominante na política americana, a candidatura Dean tinha gosto de novidade. Podia até tomar uma lavada histórica de George W., mas pelo menos seria um fenômeno sociopolítico interessante. O governador sem brilho, riquinho criado em um dos bairros mais luxuosos de Nova York, médico de carreira modesta, era o candidato alternativo do Partido Democrata. E o verbo da frase anterior, pelo jeito, está no tempo certo: era.

BRASAS

O fenômeno Darkness

Um amigo mais velho, não exatamente um roqueiro inveterado, vem perguntar se eu conheço a banda The Darkness. "Isso é que é rock", disse ele. Contei que o vocalista usa blusa colante decotada, e que ninguém sabe se é a sério ou piada. Para ele, não importa. É Darkness na cabeça.

Fantasmas de Courtney

Finalmente saiu "America's Sweetheart", de Courtney Love. Com Kurt Cobain morto e Billy Corgan fora da jogada, a grande dúvida é quem foi o "ghost-writer" da vez. É conhecida a incapacidade para criar e compor de Courtney. Quem será que fez as músicas? Se alguém tiver a resposta, peço o favor de mandar e-mail para a coluna.

Hollywood faz bem

Finalmente, assisti a "Amores Brutos", do mexicano Alejandro Gonzáles Iñárritu, o mesmo de "21 Gramas". Será que sou só eu ou "21 Gramas" é mesmo muito mais cinema? Tem roteiro mais coeso e direção de atores muito mais firme. Nesse caso, Hollywood fez bem à carreira de um jovem diretor.

Prefeito investigador

Mais uma da série "EUA, país de malucos". Sabe qual é a nova de Gavin Newsom, prefeito de San Francisco? Aparecer de surpresa em locais de crimes para fazer investigações por conta própria! Imagine se a moda pega no Brasil? Em São Paulo, por exemplo, com média de 15 homicídios diários, a prefeita não faria outra coisa da vida.

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Relançamentos do Rumo

Grupo paulistano dos anos 80, o Rumo era o Belle and Sebastian do samba. Com ar ingênuo, músicas próprias e regravações de mestres como Noel Rosa, a banda chegou tímida e renovou a MPB. Os primeiros discos saem agora em CD.

Pause
Pixies


Os Pixies estão de volta. Grande banda, mas... Pense bem: se os Pixies não tivessem existido, não existiria o Weezer. E, se o Weezer não tivesse existido, não existira um monte de bandas chatas brasileiras. Entendeu o raciocínio?

Eject
Trotes violentos


Incrível que ainda aconteçam trotes violentos em universidades brasileiras. E parece que, quanto mais meia-boca é a universidade, mais animalesca é a recepção aos novos alunos. Será que um dia isso acabará?

Álvaro Pereira Júnior, 40, é editor-chefe do "Fantástico" em São Paulo. E-mail: cby2k@uol.com.br
 

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