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12/02/2004 - 04h47

Diretor Marcos Bernstein nega "manifesto"

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FABIO CYPRIANO
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Berlim

Para o diretor Marcos Bernstein, 33, a ausência de temas recorrentes no cinema brasileiro, como a violência e a pobreza, não é um manifesto.

"Não foi uma intenção objetiva de se contrapor à maioria, mas gosto de cinema de personagens e me interessa ir um plano além da realidade objetiva. Além do mais, como roteirista, busco explorar outras maneiras de narrar", disse em entrevista à Folha o estreante diretor, em Berlim.
Foi pensando em atuações de Fernanda Montenegro e Raul Cortez que Bernstein escreveu o roteiro de "O Outro Lado da Rua", função que divide com Melanie Dimantas.

"Fiz o filme inicialmente para a Fernanda, não entendo como ela não receba mais propostas. Depois, pensei em quem poderia fazer par com ela e cheguei a conclusão de que o único que estaria a essa altura era Raul", contou o diretor.

"Ah, é a primeira vez que ele conta isso para a gente", comentou Fernanda Montenegro.

Em se tratando de um filme de personagens, o diretor buscou retratar mais estados psicológicos, ou, como diz Montenegro, "nas dissonâncias das teclas".

"Não é um filme que se preocupa com o realismo. Ele flerta com o subjetivo, com a maneira como os personagens percebem o mundo", diz o diretor.

Se não há intenção em se contrapor ao realismo do cinema brasileiro, Bernstein apresenta em seu filme, contudo, uma manifesta vontade de "não tropicalizar" a produção.

"Ele mostra Copacabana, sem mostrar que é Copacabana. O bairro está nos detalhes", disse Cortez, que interpreta no filme o juiz Camargo, o suposto assassino de um crime, que se envolve com Regina.

Atualmente, Cortez está em cartaz em São Paulo, de quinta a domingo, com a peça "À Meia-Noite um Solo de Sax na Minha Cabeça", de Mário Bortolotto, no teatro da Faap, o que o obrigou a cancelar as récitas de hoje e amanhã para permanecer por cinco dias em Berlim. O ator retorna a SP amanhã para a temporada.

Outra estreante

"O Outro Lado da Rua" traz também a estréia da produtora Kátia Machado que, depois de 13 anos vivendo na França, realiza sua primeira produção no Brasil. Em Berlim, o filme já apresentava bons resultados na sessão dedicada à venda.

"Além de termos já a distribuição acertada na América Latina, com a Columbia, já tivemos ofertas de distribuidores suíços e norte-americanos", disse Machado, na capital alemã.
 

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