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13/02/2004 - 07h42

Fernanda Montenegro emociona Berlim com "O Outro Lado da Rua"

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FABIO CYPRIANO
enviado especial da Folha a Berlim

Fernanda Montenegro levou, novamente, Berlim às lágrimas. Aconteceu assim, há seis anos, com "Central do Brasil", e ontem, na estréia mundial de "O Outro Lado da Rua", de Marcos Bernstein. Ao final da sessão para a imprensa, havia várias pessoas soluçando e enxugando os olhos.

Após a exibição, Fernanda, Bernstein, Raul Cortez, o outro protagonista, e Kátia Machado, produtora do filme, concederam uma entrevista na mesma sala onde, anteontem, os atores Robin Williams e Mira Sorvino divulgaram "The Final Cut", que está em competição.

Cerca de 30 jornalistas, média acima do que se costuma ver para produções brasileiras numa coletiva em Berlim, realizaram, por mais de uma hora, perguntas à equipe de "O Outro Lado". A curiosidade inicial girou em torno das cenas de sexo entre os personagens Regina (Fernanda) e Camargo (Cortez). Segundo o diretor, "na primeira versão do roteiro não havia cenas de sexo, mas após ler o texto com os atores, percebemos que isso era uma covardia, pela profundidade da relação que eles desenvolviam, e decidimos incluí-las. Ficamos com medo de contar aos atores, mas eles aceitaram de pronto".

"Somos artistas, atores e nada que é próprio da vida nos constrange. Tudo que é possível na vida se vê no palco e vice-versa. E sem sexo, nenhum de nós estaria aqui hoje", disse Fernanda, levando os jornalistas às gargalhadas.

Já Cortez lembrou-se de sua experiência, há mais de 20 anos, quando assistiu a "Chuvas de Verão" (1978), de Cacá Diegues: "No filme, Jofre Soares e Míriam Pires, os idosos do filme, faziam amor no chão, e a platéia chegou a vaiar, o que me fez ver que há preconceito com pessoas de idade. Em 'O Outro Lado' há um pudor, não só de sexo, mas da entrega, e acredito que conseguimos passar a emoção e a delicadeza que tivemos ao realizar a cena".

"O Outro Lado da Rua" participa em Berlim da sessão Panorama Special e a exibição para o público, no Zoo Palast, às 19h (22h no Brasil) já tinha os mil lugares da sala esgotados há dois dias. O Panorama não é uma mostra competitiva, mas há um prêmio de público.

Outro longa exibido no festival, mas no Mercado, "O Homem que Copiava", de Jorge Furtado, será distribuído para a Suíça, Alemanha e Áustria. Outros negócios envolvem "Narradores de Javé", de Eliane Caffé, que será exibido na Alemanha, "O Homem do Ano", de José Henrique Fonseca, nos EUA e Canadá, e "Amarelo Manga", de Claudio Assis, que estará nas salas mexicanas.

O jornalista Fabio Cypriano viajou a convite do Instituto Goethe de São Paulo e da organização da Berlinale.
 

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