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17/02/2004
-
05h19
DIEGO ASSIS
da Folha de S.Paulo
"Devo, não nego. Pago quando puder." O dito popular que vem sendo empregado pela brasileira Pandora Books com relação às dívidas com seus credores --as editoras de quadrinhos americanos-- está com os dias contados.
A editora Avatar, detentora dos direitos de dois dos títulos publicados aqui pela Pandora --as minisséries "Estranho Beijo" e "Azul Profundo"--, acusa a representante brasileira de não ter pago a quantia acordada no contrato, firmado seis meses atrás.
Segundo William Christensen, proprietário da Avatar, que detém, entre outros, os direitos sobre obras de Warren Ellis e Alan Moore, a editora brasileira não estaria atendendo às reclamações.
"Eles assinaram um contrato conosco e, contudo, nunca pagaram o que devem nem ao menos respondem à nenhuma comunicação da minha parte", afirma Christensen. "Eles não têm nenhum direito de publicar nada de nosso material", reforça.
Procurado pela Folha, Maurício Muniz, proprietário da Pandora, disse que suspendeu a publicação e venda das revistas da Avatar e que, "como toda empresa brasileira, tem uma série de débitos que serão saldados em breve".
Para Muniz, a falta de comunicação entre a Pandora e a editora americana seria culpa do próprio Christensen: "Não é que ele não tenha o direito de reclamar. Quando ele mandava e-mails, eu respondia. Só parei quando começou a virar baixaria", diz. "Se quiser mover uma ação contra a Avatar, eu até posso."
Acusado de imprimir as revistas da Pandora a partir de fotocópias das edições americanas, Muniz afirma que a prática é normal entre os editores brasileiros. "É p&b, todo mundo faz assim."
"O trabalho deles ficou terrível. Se tivessem nos pago, nós teríamos enviado os arquivos originais pelo computador", defende o dono da Avatar.
Fundada há cerca de quatro anos, a Pandora vinha sendo alvo de críticas da comunidade de quadrinhos desde que relançou uma nova edição de "As Aventuras da Liga Extraordinária", que tivera os direitos, no Brasil, transferidos para a editora Devir.
Nas bancas ao mesmo tempo que o livro da Devir, a edição da Pandora teria sido produzida a partir dos encalhes da época em que os direitos eram ainda dela, segundo a versão oficial.
De acordo com reportagem publicada no site especializado Universo HQ (www.universohq.com), um dos primeiros a levantar a polêmica na internet, os encadernados da Pandora traziam uma série de indícios de que teriam sido reimpressos e não simplesmente reaproveitados.
As editoras americanas Abstract Studios ("Estranhos no Paraíso") e Dark Horse Comics ("Sin City"), que também têm revistas publicadas no Brasil pela Pandora, não responderam às perguntas da Folha.
EUA e Brasil trocam farpas por HQ
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da Folha de S.Paulo
"Devo, não nego. Pago quando puder." O dito popular que vem sendo empregado pela brasileira Pandora Books com relação às dívidas com seus credores --as editoras de quadrinhos americanos-- está com os dias contados.
A editora Avatar, detentora dos direitos de dois dos títulos publicados aqui pela Pandora --as minisséries "Estranho Beijo" e "Azul Profundo"--, acusa a representante brasileira de não ter pago a quantia acordada no contrato, firmado seis meses atrás.
Segundo William Christensen, proprietário da Avatar, que detém, entre outros, os direitos sobre obras de Warren Ellis e Alan Moore, a editora brasileira não estaria atendendo às reclamações.
"Eles assinaram um contrato conosco e, contudo, nunca pagaram o que devem nem ao menos respondem à nenhuma comunicação da minha parte", afirma Christensen. "Eles não têm nenhum direito de publicar nada de nosso material", reforça.
Procurado pela Folha, Maurício Muniz, proprietário da Pandora, disse que suspendeu a publicação e venda das revistas da Avatar e que, "como toda empresa brasileira, tem uma série de débitos que serão saldados em breve".
Para Muniz, a falta de comunicação entre a Pandora e a editora americana seria culpa do próprio Christensen: "Não é que ele não tenha o direito de reclamar. Quando ele mandava e-mails, eu respondia. Só parei quando começou a virar baixaria", diz. "Se quiser mover uma ação contra a Avatar, eu até posso."
Acusado de imprimir as revistas da Pandora a partir de fotocópias das edições americanas, Muniz afirma que a prática é normal entre os editores brasileiros. "É p&b, todo mundo faz assim."
"O trabalho deles ficou terrível. Se tivessem nos pago, nós teríamos enviado os arquivos originais pelo computador", defende o dono da Avatar.
Fundada há cerca de quatro anos, a Pandora vinha sendo alvo de críticas da comunidade de quadrinhos desde que relançou uma nova edição de "As Aventuras da Liga Extraordinária", que tivera os direitos, no Brasil, transferidos para a editora Devir.
Nas bancas ao mesmo tempo que o livro da Devir, a edição da Pandora teria sido produzida a partir dos encalhes da época em que os direitos eram ainda dela, segundo a versão oficial.
De acordo com reportagem publicada no site especializado Universo HQ (www.universohq.com), um dos primeiros a levantar a polêmica na internet, os encadernados da Pandora traziam uma série de indícios de que teriam sido reimpressos e não simplesmente reaproveitados.
As editoras americanas Abstract Studios ("Estranhos no Paraíso") e Dark Horse Comics ("Sin City"), que também têm revistas publicadas no Brasil pela Pandora, não responderam às perguntas da Folha.
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