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20/02/2004 - 06h53

Crítica: Terror se deflagra em 55 min

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ALEXANDRE MATIAS
free-lance para a Folha

Um disco com apenas uma única faixa com quase uma hora de duração. Instrumental. Usando as palavras, é fácil reduzir "Delirium Córdia" a uma chatice com pretensões cabeça. Talvez por isso, o disco não as use.

O CD abre com o ruído da agulha batendo num vinil imaginário. Imaginário sim, pois nenhum LP suportaria os 55 min da faixa.

"Delirium Córdia" é um disco de terror. O Fantômas aclimata o ouvinte em módulos musicais específicos, como se cada trecho fosse um cômodo sonoro. O conceito, negado por Patton, remete aos "palácios de memória" do poeta grego Simônides (séc. 5 a.C.), que usava a descrição minuciosa de cenários para capturar o ouvinte em suas histórias.

Só não confunda terror com meros barulho e esquisitice. O Fantômas usa estratégias do cinema para envolver o ouvinte. Em vez de "susto-susto-susto", temos aflição, náusea, espreita, tensão, introspecção e paranóia. Susto mesmo só no último segundo, no único instante de humor (inspirado nos Ramones) de todo o disco.

Avaliação:

Delirium Córdia
Artista:
Fantômas
Gravadora: Ipecac Recordings
Quanto: R$ 45, em média (importado)
 

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