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20/02/2004
-
11h36
da Folha Online
Dias antes do lançamento do filme de Mel Gibson "A Paixão de Cristo", apontado por críticos como anti-semita, o pai do ator americano afirmou em uma entrevista que a maior parte dos relatos sobre o Holocausto é "ficção".
Questionado sobre sua opinião sobre o Holocausto em um programa de rádio da rede Talkline Communications, Hutton Gibson afirmou: "É tudo --talvez nem tudo-- ficção. Mas a maior parte dele é". A transcrição da entrevista foi divulgada pela rede de comunicação americana.
"Eles alegam que existiam 6,2 milhões [de judeus] na Polônia antes da guerra, e que depois da guerra eram 200 mil. Então ele [Hitler] deve ter matado seis milhões deles. Eles simplesmente se levantaram e saíram. Eles estavam em todos os lugares do Bronx, do Brooklyn, de Sydney e Los Angeles", declarou.
As afirmações foram feitas poucos dias antes da estréia do filme "A Paixão de Cristo", sobre as últimas horas de vida de Jesus, que será lançado no dia 25 de fevereiro.
Setores da comunidade judaica acusam Gibson de provocar o anti-semitismo na obra ao levantar antigas acusações contra os judeus, além de responsabilizá-los pela morte de Cristo.
Reação
O Centro Simon Wiesenthal, especializado na caça de criminosos de guerra nazistas, denunciou hoje as declarações revisionistas de Hutton Gibson sobre a magnitude do Holocausto.
"Não é a decrepitude de um homem de 85 anos que nos aborrece e sim o fato de que este revisionista continue causando danos aos sobreviventes do Holocausto", afirma o Centro Wiesenthal em um comunicado recebido pela France Presse em Jerusalém.
"Declarações desse tipo, feitas poucos dias antes da difusão do polêmico filme de seu filho, 'A Paixão de Cristo', deveriam ser condenadas energicamente pelos líderes cristãos em todo o mundo", acrescenta o comunicado citando o fundador do centro, o rabino Martin Hier.
"As câmaras de gás e os crematórios de Auschwitz não podiam ter feito o trabalho. Sabe o que é necessário para eliminar um cadáver? Para incinerá-lo? Um litro de gasolina e 20 minutos. Mas seis milhões [de vítimas]? Eles [os nazistas] não tinham gasolina necessária", declarou Hutton Gibson, falando do genocídio nazista à rádio SWNR.
Hutton Gibson, autor de publicações religiosas, insistiu em sua teoria da conspiração, e atacou também o poder do Federal Reserve (o Banco Central) americano, os banqueiros estrangeiros, algumas fundações familiares --todas "comunistas"-- e o Vaticano.
Indagado esta semana pela ABC sobre seu pai, Mel Gibson limitou-se a responder: "Eu amo meu pai". O cineasta desmentiu ser anti-semita, o que, segundo ele, é um pecado para religião católica.
Com agências internacionais
Especial
Veja fotos do filme "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson
Pai de Mel Gibson amplia polêmica em torno de "A Paixão de Cristo"
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Dias antes do lançamento do filme de Mel Gibson "A Paixão de Cristo", apontado por críticos como anti-semita, o pai do ator americano afirmou em uma entrevista que a maior parte dos relatos sobre o Holocausto é "ficção".
Questionado sobre sua opinião sobre o Holocausto em um programa de rádio da rede Talkline Communications, Hutton Gibson afirmou: "É tudo --talvez nem tudo-- ficção. Mas a maior parte dele é". A transcrição da entrevista foi divulgada pela rede de comunicação americana.
"Eles alegam que existiam 6,2 milhões [de judeus] na Polônia antes da guerra, e que depois da guerra eram 200 mil. Então ele [Hitler] deve ter matado seis milhões deles. Eles simplesmente se levantaram e saíram. Eles estavam em todos os lugares do Bronx, do Brooklyn, de Sydney e Los Angeles", declarou.
As afirmações foram feitas poucos dias antes da estréia do filme "A Paixão de Cristo", sobre as últimas horas de vida de Jesus, que será lançado no dia 25 de fevereiro.
Setores da comunidade judaica acusam Gibson de provocar o anti-semitismo na obra ao levantar antigas acusações contra os judeus, além de responsabilizá-los pela morte de Cristo.
Reação
O Centro Simon Wiesenthal, especializado na caça de criminosos de guerra nazistas, denunciou hoje as declarações revisionistas de Hutton Gibson sobre a magnitude do Holocausto.
"Não é a decrepitude de um homem de 85 anos que nos aborrece e sim o fato de que este revisionista continue causando danos aos sobreviventes do Holocausto", afirma o Centro Wiesenthal em um comunicado recebido pela France Presse em Jerusalém.
"Declarações desse tipo, feitas poucos dias antes da difusão do polêmico filme de seu filho, 'A Paixão de Cristo', deveriam ser condenadas energicamente pelos líderes cristãos em todo o mundo", acrescenta o comunicado citando o fundador do centro, o rabino Martin Hier.
"As câmaras de gás e os crematórios de Auschwitz não podiam ter feito o trabalho. Sabe o que é necessário para eliminar um cadáver? Para incinerá-lo? Um litro de gasolina e 20 minutos. Mas seis milhões [de vítimas]? Eles [os nazistas] não tinham gasolina necessária", declarou Hutton Gibson, falando do genocídio nazista à rádio SWNR.
Hutton Gibson, autor de publicações religiosas, insistiu em sua teoria da conspiração, e atacou também o poder do Federal Reserve (o Banco Central) americano, os banqueiros estrangeiros, algumas fundações familiares --todas "comunistas"-- e o Vaticano.
Indagado esta semana pela ABC sobre seu pai, Mel Gibson limitou-se a responder: "Eu amo meu pai". O cineasta desmentiu ser anti-semita, o que, segundo ele, é um pecado para religião católica.
Com agências internacionais
Especial
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