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22/02/2004 - 05h03

Para especialista, "só talento salva formato"

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CAMILA VIEGAS
da Folha de S.Paulo, em Nova York

A fusão de esporte com o formato do "reality show" deve pontuar o próximo grande investimento da televisão norte-americana no gênero. A produção será feita pelos estúdios da DreamWorks, conduzida por Jeffrey Katzenberg e Mark Burnett, e pelo ator Sylvester Stallone.

O programa será protagonizado somente por boxeadores amadores. Segundo a revista "Hollywood Reporter", serão mostrados os treinos e as histórias pessoais de cada participante.

O papel de Stallone ainda não está definido, mas as regras serão semelhantes às de "Survivor" e "No Limite", em que dois grupos competem entre si e o perdedor vota pela eliminação de um de seus membros.

Para Tony Kornheiser, colunista do jornal "Washington Post" e da rádio e TV ESPN, "isso já deveria ter sido pensado antes", já que o gênero pega emprestado muitas características do esporte. "Todos os "reality shows", assim como os esportes, têm prêmio, tática, sacrifício, trapaça, perdedor, vencedor e bola pra frente", resume ele, que também é autor de "I'm Back for More Cash" (Voltei para Buscar Mais Dinheiro).

Há duas semanas, ele recomendou a seus leitores assistir a "American Idol" e a "The Bachelorette", já que o Super Bowl --a final de futebol americano-- já tinha chegado ao fim: "A melhor coisa dos "reality shows" é que eles já começam com as eliminatórias. É isso que a gente quer ver, algum perdedor ser tocado para fora. O corte. Isso é puro esporte".

"Nunca vi "reality shows" brasileiros, mas acredito que "Big Brother Brasil" e a "Casa dos Artistas" já devam estar cansando. Mesmo que as pessoas sejam diferentes, a gente já viu tudo", diz.

Fórmula de sucesso

Os americanos são obcecados por esporte. Eles inventaram o basquete, o beisebol e o futebol americano, e a maioria torce por um time profissional e outro amador de cada categoria. Isso também se reflete nos programas: grande parte do público conhece os participantes de seus "reality shows" favoritos pelo nome.

Tanto atletas quanto os participantes de "reality shows" competem para vencer. "Eles não pensam na humilhação do perdedor e sabem que o público quer a perfeição. O torcedor não perdoa quando um atleta falha num momento decisivo."

Mas, segundo Kornheiser, o que salva o esporte é o talento. "É por isso que lá as regras podem ser sempre as mesmas. Sem talento individual, a fórmula cansa", explica. Por isso as regras de um "reality show" têm de mudar para se manter popular. Atualmente nos EUA estão no ar uma competição por um emprego em uma empresa de Donald Trump ("The Apprentice"), dicas de beleza, moda e gastronomia de cinco gays para mudar o visual de um heterossexual ("Queer Eye for the Straight Guy"), um internato de auto-ajuda ("Starting Over") etc.

Para Kornheiser, a solução para a longevidade é talento. "American Idol", por ser uma competição musical e mostrar novos cantores a cada edição, não satura o público. É por isso que o "reality show" de boxe da DreamWorks com Sylvester Stallone tem grandes chances de sucesso."

E, como a vida também imita a arte, a carreira de Tony Kornheiser será transformada em comédia de situação pelo canal aberto CBS. O ator escolhido para interpretá-lo é Jason Alexander, o George do extinto "Seinfeld".
 

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