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24/02/2004 - 03h33

Carnaval baiano não combina com TV

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XICO SÁ
crítico da Folha de S.Paulo

O Carnaval pela TV sempre foi muito chato. Aquelas escolas se arrastando horas na avenida, com os narradores, coitados, apelando para tudo quanto é detalhe possível para segurar a onda.

Uma Xuxa aqui, uma Jaqueline Joy acolá, celebridades, pequenos incidentes, uns sambas-enredos cheios de cenários de belezas, imperadores e reis nagôs...

Mas tudo pode ser mais chato ainda quando se trata do Carnaval de Salvador, investimento da Bandeirantes.

Não há nada que combine menos com televisão do que a folia baiana. Ainda mais em tempos de decadência da axé music. Se com um desfile organizado, casos da cobertura do Rio e de São Paulo, o espetáculo é tão entediante quanto a vida eterna, imagine sem desfile algum.

Apenas com um monte de turista vestido de abadás, enquanto o populacho se espreme atrás das cordas, a turma da pipoca, como se celebra folcloricamente, ao ritmo do mulato inzoneiro, a privatização das ruas. Aliás, louve-se o "Band Folia", que teve o cuidado de cobrir inclusive a turma da pipoca, mostrando, por exemplo, como um pai de família faz para livrar as crianças na hora do aperto. Lindo. Quem manda não ter uma pataca para correr direitinho atrás do trio elétrico!

Camarote & Senzala. Pela estatização da praça Castro Alves já.
E ainda com direito a Carla Perez. Com a tarefa de mostrar como se divertem os VIPs. Você que não viu nada, ainda tem a chance neste último dia. Não deixe de perder. Tem também o Xanddy. Se der sorte, você ainda consegue ver o Marcos Mion trabalhando. Já pensou que maravilha?

A Rede TV! pelo menos assume o seu ataque às sub-sub-celebridades. Lembram da índia Aigo? Estava lá, linda, nos barracões da emissora no desfile de São Paulo. E haja travestis. O que deu uma certa graça. Existe um animal mais televisivo do que um travesti? Nasceram para a televisão.

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