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29/02/2004
-
19h39
MARCELO BARTOLOMEI
da Folha Online, Enviado especial a Los Angeles
Da suíte do hotel Four Seasons, em West Hollywood, onde está hospedada parte da equipe do filme brasileiro "Cidade de Deus", Fernando Meirelles, Daniel Rezende, Braulio Mantovani e Cesar Charlone aguardavam ansiosos as poucas horas que separavam a hora do almoço do tapete vermelho da Hollywood Boulevard, por onde obrigatoriamente passariam para ir à cerimônia do Oscar na noite de hoje.
Para os quatro, indicados cada um na categoria em que se refere diretamente a seus trabalhos --Direção, Montagem, Roteiro e Fotografia--, não deve haver muita diferença entre ser indicado ao Oscar e receber o prêmio, efetivamente.
E que as oportunidades de trabalho no exterior e o reconhecimento veio antes mesmo das quatro indicações, anunciadas em 17 de janeiro. "O benefício já está aí. Não sei se há um salto grande entre estar indicado e ter ganho o Oscar", disse Mantovani, o roteirista do filme, que concorre na categoria Melhor Roteiro Adaptado.
"O filme teve um reconhecimento cinematográfico mundial. Com isso, abriu o mercado para o profissional brasileiro", afirmou Charlone, que concorre na categoria Fotografia.
Todos concordam num só ponto: as indicações de "Cidade de Deus" ao Oscar fazem parte da curva ascendente do cinema brasileiro, que cresce em público e produção a cada ano.
Cada um, em sua categoria, também cobra maior respeito aos profissionais. "É preciso valorizar o trabalho do roteirista no Brasil. O Fernando me deu liberdade, um status de criador. Espero que o reconhecimento do Oscar possa ter este efeito", disse Mantovani.
O roteirista, aliás, mudou o discurso da época em que ficou sabendo da indicação. Ele achava impossível um roteiro em português levar um prêmio como o Oscar. "Atualmente, há um esgotamento das histórias, que são sempre as mesmas. Por isso, Hollywood busca outros países. Não existe barreira da língua, como eu pensava. E só traduzir", afirmou, lembrando que foi procurado por dois agentes norte-americanos querendo lhe representar.
Deles, Meirelles, Rezende e Charlone já tem trabalhos garantidos no exterior. O diretor trabalha agora na produção inglesa "O Jardineiro Fiel".
Rezende fez o filme de Walter Salles, "Diários de Motocicleta", e foi sondado para outra produção norte-americana.
Charlone, por sua vez, foi chamado para fazer a fotografia do novo filme de Spike Lee.
Os quatro trabalham juntos na produção do próximo filme de Meirelles no Brasil, que ainda esta em finalização de roteiro.
Especial
Fique por dentro da 76ª edição do Oscar
Para equipe de "Cidade de Deus", conseqüências vieram antes do Oscar
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da Folha Online, Enviado especial a Los Angeles
Da suíte do hotel Four Seasons, em West Hollywood, onde está hospedada parte da equipe do filme brasileiro "Cidade de Deus", Fernando Meirelles, Daniel Rezende, Braulio Mantovani e Cesar Charlone aguardavam ansiosos as poucas horas que separavam a hora do almoço do tapete vermelho da Hollywood Boulevard, por onde obrigatoriamente passariam para ir à cerimônia do Oscar na noite de hoje.
Para os quatro, indicados cada um na categoria em que se refere diretamente a seus trabalhos --Direção, Montagem, Roteiro e Fotografia--, não deve haver muita diferença entre ser indicado ao Oscar e receber o prêmio, efetivamente.
E que as oportunidades de trabalho no exterior e o reconhecimento veio antes mesmo das quatro indicações, anunciadas em 17 de janeiro. "O benefício já está aí. Não sei se há um salto grande entre estar indicado e ter ganho o Oscar", disse Mantovani, o roteirista do filme, que concorre na categoria Melhor Roteiro Adaptado.
"O filme teve um reconhecimento cinematográfico mundial. Com isso, abriu o mercado para o profissional brasileiro", afirmou Charlone, que concorre na categoria Fotografia.
Todos concordam num só ponto: as indicações de "Cidade de Deus" ao Oscar fazem parte da curva ascendente do cinema brasileiro, que cresce em público e produção a cada ano.
Cada um, em sua categoria, também cobra maior respeito aos profissionais. "É preciso valorizar o trabalho do roteirista no Brasil. O Fernando me deu liberdade, um status de criador. Espero que o reconhecimento do Oscar possa ter este efeito", disse Mantovani.
O roteirista, aliás, mudou o discurso da época em que ficou sabendo da indicação. Ele achava impossível um roteiro em português levar um prêmio como o Oscar. "Atualmente, há um esgotamento das histórias, que são sempre as mesmas. Por isso, Hollywood busca outros países. Não existe barreira da língua, como eu pensava. E só traduzir", afirmou, lembrando que foi procurado por dois agentes norte-americanos querendo lhe representar.
Deles, Meirelles, Rezende e Charlone já tem trabalhos garantidos no exterior. O diretor trabalha agora na produção inglesa "O Jardineiro Fiel".
Rezende fez o filme de Walter Salles, "Diários de Motocicleta", e foi sondado para outra produção norte-americana.
Charlone, por sua vez, foi chamado para fazer a fotografia do novo filme de Spike Lee.
Os quatro trabalham juntos na produção do próximo filme de Meirelles no Brasil, que ainda esta em finalização de roteiro.
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