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02/03/2004 - 08h51

Comentário: Público rege premiação do Oscar

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INÁCIO ARAUJO
crítico da Folha

Não adiantou a torcida da moça do SBT: cada vez ela proclamava sua esperança de vitória brasileira; cada vez a realidade se encarregava de desiludi-la.

Era muito difícil mesmo um filme da periferia, como "Cidade de Deus", ganhar um prêmio técnico. Se isso serve de consolo para quem vestiu a bandeira verde-amarela, quase todo mundo acabou de mãos abanando, diante da razia de "O Retorno do Rei".

Foi um reconhecimento da fantasia, disse Rubens Ewald Filho. Em termos. Antes disso, foi um reconhecimento do sucesso, única baliza inamovível do universo hollywoodiano. O Oscar não se move necessariamente por esse parâmetro. Há anos em que procura apontar um determinado sentido --humanitário, por exemplo--, enviar uma mensagem --contra a guerra, contra a miséria-- ou ainda investir no caráter artístico da atividade.

Em outros anos, como que à procura de um chão, a Academia vai na direção daquilo que o público consagrou. Após duas passagens discretas pelo Oscar, o terceiro filme da série levou 11 prêmios. O sucesso não se contesta.

Se os eleitores optaram pela pompa e grandiloqüência de "O Retorno do Rei", deram uma volta de 180 graus no prêmio de roteiro original, que foi para Sofia Coppola por "Encontros e Desencontros". Esse, no entanto, parece um prêmio de consolação concedido à filha de Francis F. Coppola. Tanto que o prêmio de ator não foi para a límpida atuação de Bill Murray no filme, mas para Sean Penn, de presença grandiloqüente em "Sobre Meninos e Lobos".

Na verdade, a seleção dos indicados foi bem mais interessante do que os resultados. Havia representantes de todos os continentes na parada: Brasil, Canadá, África, Nova Zelândia, Austrália etc.

Por um lado, o Oscar busca se internacionalizar como prêmio, o que é uma maneira de preservar sua importância, e a de Hollywood, nos diversos mercados mundiais. Por outro, é fato que anda faltando vitalidade à produção americana, o que justifica, entre outras, a farta presença de "Cidade de Deus", mas também a intrusão de Sofia Coppola.

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