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02/03/2004
-
14h14
da France Presse, em Berlim
A maior mostra de arte moderna do Brasil, levada pela primeira vez à Europa, será inaugurada hoje em Berlim, com 40 obras dos artistas Anita Malfatti, Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Oswaldo Goeldi e Tarsila do Amaral.
Intitulada "Modernismo Brasileiro - Propostas e Caminhos", a exposição se estenderá até 23 de abril na embaixada do Brasil na capital alemã e inclui óleos, esculturas, gravuras e desenhos da belíssima coleção de arte do século 20 do Museu de Arte Brasileira de São Paulo, pertencente à Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).
"A seleção de obras exposta em Berlim mostra as diretrizes principais da arte vanguardista do Brasil no início do século 20 e destaca as evoluções que [esta] teve nas décadas posteriores", disse a diretora do museu, Maria Izabel Ribeiro, curadora da exposição.
Além dos artistas já mencionados, a mostra, organizada pelo Instituto de Cultura Brasileira na Alemanha, inclui peças de Alberto da Veiga Guignard, Antônio Gomide, Cícero Dias, Clóvis Graciano, Ernesto de Fiori, Flávio de Carvalho, Ismael Nery, José Pancetti, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
Os modernistas brasileiros foram os primeiros a mostrar conscientemente, no início do século 20, a voracidade com que a cultura do país absorvia as influências e correntes do exterior, digerindo-as e misturando com novos elementos até transformá-las e dar-lhes identidade própria.
Todos tiveram contato direta ou indiretamente com os vanguardistas europeus, entre eles Fernand Léger, Henri Matisse e Pablo Picasso, na França, bebendo da sua fonte.
Anita Malfatti, pioneira do modernismo, veio a Berlim em 1909, onde se formou até 1914 antes de se estabelecer em Paris entre 1923 e 1928, onde junto com a amiga Tarsila do Amaral formou pouco antes o "Grupo dos Cinco", com Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia.
Alberto da Veiga Guignard passou a infância na Europa, estudou arte em Munique (1916) e Florença (1920) e participou dos Salões de Outono de Paris (1923-1928).
Em 1922, a comemoração do centenário da independência do Brasil e a realização da Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo, inspirada na Semana de Deauville (França), marcou o nascimento do modernismo brasileiro.
A exposição de Berlim mostra de forma contundente como os artistas brasileiros, apesar da forte influência que recebiam das correntes que circulavam pelo mundo, olhavam sua própria cultura com perspicácia para destacá-la e dar-lhe identidade.
A Faap, "concebida em 1941 por iniciativa dos condes Álvares Penteado, possui, além do museu, uma Universidade Particular com oito faculdades [entre elas as de administração de empresas, engenharia, arquitetura e artes plásticas], um colégio e um teatro", explicou em entrevista Celita Procópio de Carvalho, atual diretora da fundação.
O Museu de Arte Brasileira foi fundado em 1961 pela condessa Álvares Penteado, com obras de arte modernista adquiridas por Luzia Pinto de Souza, sua sucessora e mãe da atual diretora.
Brasil leva à Europa sua primeira grande exposição de arte moderna
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A maior mostra de arte moderna do Brasil, levada pela primeira vez à Europa, será inaugurada hoje em Berlim, com 40 obras dos artistas Anita Malfatti, Alfredo Volpi, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Oswaldo Goeldi e Tarsila do Amaral.
Intitulada "Modernismo Brasileiro - Propostas e Caminhos", a exposição se estenderá até 23 de abril na embaixada do Brasil na capital alemã e inclui óleos, esculturas, gravuras e desenhos da belíssima coleção de arte do século 20 do Museu de Arte Brasileira de São Paulo, pertencente à Fundação Armando Álvares Penteado (Faap).
"A seleção de obras exposta em Berlim mostra as diretrizes principais da arte vanguardista do Brasil no início do século 20 e destaca as evoluções que [esta] teve nas décadas posteriores", disse a diretora do museu, Maria Izabel Ribeiro, curadora da exposição.
Além dos artistas já mencionados, a mostra, organizada pelo Instituto de Cultura Brasileira na Alemanha, inclui peças de Alberto da Veiga Guignard, Antônio Gomide, Cícero Dias, Clóvis Graciano, Ernesto de Fiori, Flávio de Carvalho, Ismael Nery, José Pancetti, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
Os modernistas brasileiros foram os primeiros a mostrar conscientemente, no início do século 20, a voracidade com que a cultura do país absorvia as influências e correntes do exterior, digerindo-as e misturando com novos elementos até transformá-las e dar-lhes identidade própria.
Todos tiveram contato direta ou indiretamente com os vanguardistas europeus, entre eles Fernand Léger, Henri Matisse e Pablo Picasso, na França, bebendo da sua fonte.
Anita Malfatti, pioneira do modernismo, veio a Berlim em 1909, onde se formou até 1914 antes de se estabelecer em Paris entre 1923 e 1928, onde junto com a amiga Tarsila do Amaral formou pouco antes o "Grupo dos Cinco", com Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia.
Alberto da Veiga Guignard passou a infância na Europa, estudou arte em Munique (1916) e Florença (1920) e participou dos Salões de Outono de Paris (1923-1928).
Em 1922, a comemoração do centenário da independência do Brasil e a realização da Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo, inspirada na Semana de Deauville (França), marcou o nascimento do modernismo brasileiro.
A exposição de Berlim mostra de forma contundente como os artistas brasileiros, apesar da forte influência que recebiam das correntes que circulavam pelo mundo, olhavam sua própria cultura com perspicácia para destacá-la e dar-lhe identidade.
A Faap, "concebida em 1941 por iniciativa dos condes Álvares Penteado, possui, além do museu, uma Universidade Particular com oito faculdades [entre elas as de administração de empresas, engenharia, arquitetura e artes plásticas], um colégio e um teatro", explicou em entrevista Celita Procópio de Carvalho, atual diretora da fundação.
O Museu de Arte Brasileira foi fundado em 1961 pela condessa Álvares Penteado, com obras de arte modernista adquiridas por Luzia Pinto de Souza, sua sucessora e mãe da atual diretora.
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