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06/03/2004
-
07h34
da Folha de S.Paulo, em Nova York
A inércia da sociedade diante da vaga de recrudescimento da censura e o "maniqueísmo" da era do presidente Bush são alguns dos principais elementos que norteiam "Anchor Pectoris", de Gerald Thomas.
Vinte anos após encenar "All Strange Away", de Samuel Beckett (1906-89), Thomas volta com essa peça inédita ao teatro LaMaMa Experimental Theatre Club, em Nova York.
"Anchor Pectoris" está entrando em cartaz neste fim de semana e deve ficar até o próximo dia 21.
"É a primeira vez que eu faço uma peça política", disse Thomas à Folha em janeiro. Mas o viés político é apenas parte do texto que parece remeter também a agonias pessoais do autor. Não por acaso, "Anchor Pectoris" (âncora no peito) é um termo neurológico para depressão.
A "âncora" de Thomas não tem diálogos ao vivo. Os 18 atores fazem dublagens de pronunciamentos de líderes políticos e de entrevistas concedidas pelo autor a jornalistas. A gravação da voz do diretor também divide o placo com os autores. Thomas faz comentários sobre a sua vida para ser, em seguida, criticado pelo elenco. As divagações de Thomas abarcam ainda o polêmico episódio protagonizado pelo diretor na estréia da ópera "Tristão e Isolda", no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Na ocasião, Thomas mostrou as nádegas para a platéia no final do espetáculo.
Três corredores de tecido, com seis atores em cada um deles, são montados no palco, representando diferentes eras e fusos horários.
O espaço cênico de "Anchor Pectoris" pretende-se dinâmico com rápidas mudanças de cena com o auxílio de recursos de iluminação e repetições de cenas nos três corredores.
Gerald Thomas faz peça política sobre si
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A inércia da sociedade diante da vaga de recrudescimento da censura e o "maniqueísmo" da era do presidente Bush são alguns dos principais elementos que norteiam "Anchor Pectoris", de Gerald Thomas.
Vinte anos após encenar "All Strange Away", de Samuel Beckett (1906-89), Thomas volta com essa peça inédita ao teatro LaMaMa Experimental Theatre Club, em Nova York.
"Anchor Pectoris" está entrando em cartaz neste fim de semana e deve ficar até o próximo dia 21.
"É a primeira vez que eu faço uma peça política", disse Thomas à Folha em janeiro. Mas o viés político é apenas parte do texto que parece remeter também a agonias pessoais do autor. Não por acaso, "Anchor Pectoris" (âncora no peito) é um termo neurológico para depressão.
A "âncora" de Thomas não tem diálogos ao vivo. Os 18 atores fazem dublagens de pronunciamentos de líderes políticos e de entrevistas concedidas pelo autor a jornalistas. A gravação da voz do diretor também divide o placo com os autores. Thomas faz comentários sobre a sua vida para ser, em seguida, criticado pelo elenco. As divagações de Thomas abarcam ainda o polêmico episódio protagonizado pelo diretor na estréia da ópera "Tristão e Isolda", no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Na ocasião, Thomas mostrou as nádegas para a platéia no final do espetáculo.
Três corredores de tecido, com seis atores em cada um deles, são montados no palco, representando diferentes eras e fusos horários.
O espaço cênico de "Anchor Pectoris" pretende-se dinâmico com rápidas mudanças de cena com o auxílio de recursos de iluminação e repetições de cenas nos três corredores.
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