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16/03/2004
-
08h34
ALEXANDRA MORAES
da Folha de S.Paulo
Irmãs de idades próximas, Ema e Eva Klabin desenvolveram gostos ligeiramente diferentes. A começar pela curiosa eleição das cidades em que morariam.
Eva (1903-1991), paulistana, dedicou-se à vida do Rio. Ema (1907-1994), carioca, se baseou em São Paulo. Cada uma, a seu gosto, desenvolveu o hábito de colecionar, ambas pautadas por uma afinidade, a arte. As coleções de Ema e Eva hoje se complementam na exposição "Universos Sensíveis", reunindo pela primeira vez as obras de arte e objetos coletados por cada uma das irmãs, filhas de imigrantes lituanos --seu pai, Hessel Klabin, foi um dos fundadores da indústria Klabin de Papel e Celulose, patrocinadora da mostra.
Cerca de 400 peças ilustram um pequeno "túnel do tempo" da arte, já que, pelas obras expostas, passam 30 séculos de criação: Eva se dedicava sobretudo ao renascimento, com um olhar afiado para as artes clássicas e medievais, sem que lhe escapasse o Oriente, enquanto Ema, que também formou uma coleção de arte oriental, voltou-se para a arte brasileira ou relacionada ao Brasil. A escolha das peças ficou a cargo de Marcio Doctors, curador da Fundação Eva Klabin Rapaport, no Rio, e Paulo de Freitas Costa, do acervo da Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, em Sã Paulo.
Dividindo-as em módulos, os curadores tentam estabelecer alguma ordem para as peças de diferentes procedências, formas e propósitos. "Uma tarefa desafiadora e instigante", define Costa no texto preparado para a mostra.
Tintoretto encabeça a lista de grandes nomes das peças de Eva, entre terracotas gregas e chinesas, relevos egípcios e madonas, como aquelas atribuídas a Botticelli e Donatello. Das obras de Ema, destacam-se a tela "Vista de Olinda", de Frans Post, e talhas de mestre Valentim. Cabeças helênicas, cerâmicas da dinastia Tang (618-907) e águas-fortes de Rembrandt também dão tempero à coleção da irmã mais nova de Eva. Ema Klabin, que teve contato com os modernistas brasileiros, recheou sua coleção com obras daqueles artistas, notadamente Lasar Segall, Victor Brecheret, Di Cavalcanti e Candido Portinari. Há ainda exemplares do trabalho de Marc Chagall, Renoir e edições raras de livros, como a obra completa de Platão editada em Veneza em 1513, e o álbum "O Mangue" (1943), com gravuras de Lasar Segall e textos de Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge de Lima.
UNIVERSOS SENSÍVEIS: AS COLEÇÕES DE EVA E EMA KLABIN
Curadoria: Marcio Doctors e Paulo de Freitas Costa
Quando: abertura para convidados hoje, das 19h às 22h. De ter. a dom.: das 10h às 17h30. Até 2/5
Onde: Pinacoteca do Estado (praça da Luz, 2, tel. 229-9844)
Quanto: R$ 4 (grátis aos sábados)
Acervo Klabin reúne 30 séculos de arte
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da Folha de S.Paulo
Irmãs de idades próximas, Ema e Eva Klabin desenvolveram gostos ligeiramente diferentes. A começar pela curiosa eleição das cidades em que morariam.
Eva (1903-1991), paulistana, dedicou-se à vida do Rio. Ema (1907-1994), carioca, se baseou em São Paulo. Cada uma, a seu gosto, desenvolveu o hábito de colecionar, ambas pautadas por uma afinidade, a arte. As coleções de Ema e Eva hoje se complementam na exposição "Universos Sensíveis", reunindo pela primeira vez as obras de arte e objetos coletados por cada uma das irmãs, filhas de imigrantes lituanos --seu pai, Hessel Klabin, foi um dos fundadores da indústria Klabin de Papel e Celulose, patrocinadora da mostra.
Cerca de 400 peças ilustram um pequeno "túnel do tempo" da arte, já que, pelas obras expostas, passam 30 séculos de criação: Eva se dedicava sobretudo ao renascimento, com um olhar afiado para as artes clássicas e medievais, sem que lhe escapasse o Oriente, enquanto Ema, que também formou uma coleção de arte oriental, voltou-se para a arte brasileira ou relacionada ao Brasil. A escolha das peças ficou a cargo de Marcio Doctors, curador da Fundação Eva Klabin Rapaport, no Rio, e Paulo de Freitas Costa, do acervo da Fundação Cultural Ema Gordon Klabin, em Sã Paulo.
Dividindo-as em módulos, os curadores tentam estabelecer alguma ordem para as peças de diferentes procedências, formas e propósitos. "Uma tarefa desafiadora e instigante", define Costa no texto preparado para a mostra.
Tintoretto encabeça a lista de grandes nomes das peças de Eva, entre terracotas gregas e chinesas, relevos egípcios e madonas, como aquelas atribuídas a Botticelli e Donatello. Das obras de Ema, destacam-se a tela "Vista de Olinda", de Frans Post, e talhas de mestre Valentim. Cabeças helênicas, cerâmicas da dinastia Tang (618-907) e águas-fortes de Rembrandt também dão tempero à coleção da irmã mais nova de Eva. Ema Klabin, que teve contato com os modernistas brasileiros, recheou sua coleção com obras daqueles artistas, notadamente Lasar Segall, Victor Brecheret, Di Cavalcanti e Candido Portinari. Há ainda exemplares do trabalho de Marc Chagall, Renoir e edições raras de livros, como a obra completa de Platão editada em Veneza em 1513, e o álbum "O Mangue" (1943), com gravuras de Lasar Segall e textos de Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Jorge de Lima.
UNIVERSOS SENSÍVEIS: AS COLEÇÕES DE EVA E EMA KLABIN
Curadoria: Marcio Doctors e Paulo de Freitas Costa
Quando: abertura para convidados hoje, das 19h às 22h. De ter. a dom.: das 10h às 17h30. Até 2/5
Onde: Pinacoteca do Estado (praça da Luz, 2, tel. 229-9844)
Quanto: R$ 4 (grátis aos sábados)
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