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18/03/2004 - 06h18

Villela apresenta seu "[Urfaust] Fausto Zero" em Curitiba

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TEREZA NOVAES
do Guia da Folha

Há um caráter universal no mito do homem que vende sua alma ao Diabo, o que talvez explique as muitas variações existentes da história de Fausto. O diretor Gabriel Villela apresenta, em primeira mão no Festival de Teatro de Curitiba, sua encenação de "[Urfaust] Fausto Zero", a versão "primitiva" de Goethe (1749-1832).

Para o diretor, não apenas o mito de Fausto, mas também Goethe sobrepuja a própria cultura alemã. "Em Minas, somos alfabetizados lendo os poemas de Goethe. Primeiro eu conheci Fausto e só depois fui saber o que era Alemanha", diz Villela.

Mergulhado nos ensaios em São Paulo (duas semanas antes da primeira apresentação em Curitiba), o diretor não revela detalhes sobre a montagem. "Desta vez, não fiz ultra-som para saber o sexo do bebê", brinca.

Ele ressalta apenas a importância da "contribuição humanista" da peça de Goethe. "A síntese popular da história do homem que vende a alma ao Diabo já é bastante reflexiva."

Walderez de Barros assume o papel-título num momento de comemoração: a atriz completa 40 anos sobre o palco. "É uma quantidade de anos acumulados, apenas uma data", desconversa.

Além da efeméride, a empreitada sela a continuidade da parceria iniciada em "A Ponte e a Água de Piscina", atração da mostra Contemporânea em 2003, cujo elenco contava também com Vera Zimmermann, que permanece nesse espetáculo como a heroína romântica. Ela interpreta Margarida, personagem pela qual o protagonista se apaixona.

Já muito sábio e em débito com o Demônio (papel do italiano Alvise Camozzi), Fausto se entrega ao amor por Margarida. Mas o desfecho do romance, é claro, não será feliz.

Considerada "primorosa" por Walderez, a tradução de Christine Röhrig foi publicada em 2001 pela editora Cosac & Naify. O elogio tem o respaldo de paixão antiga, que começou aos 15 anos, quando ela tomou contato com a história. "Fausto me interessa particularmente. Todas as versões, em especial as de Goethe, Gertrude Stein e Fernando Pessoa."

Para a atriz, parte da atualidade do texto está na sede pelo saber que leva Fausto a compactuar com Mefistófeles. "No mundo contemporâneo, vive-se em busca do prazer e do poder. Aí é que se faz o pacto com o Diabo a todo momento", observa.

"URFAUST" FAUSTO ZERO
Texto:
J.W. Goethe
Direção: Gabriel Vilella
Com: Walderez de Barros, Vera Zimmerman, Alvise Camozzi, Maria do Carmo Soares e Nicolas Röhrig
Onde: Guairinha
Quando: dias 19 (21h30), 20 (20h) e 21 (20h)
Quanto: R$ 20

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