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18/03/2004
-
08h23
VALMIR SANTOS
da Folha de S.Paulo
Nos últimos seis anos foi assim. O Festival de Teatro de Curitiba, agora em sua 13ª edição, começa hoje com a Mostra Oficial, produções selecionadas por uma curadoria e pagas pela organização, mas sua alma está no Fringe (franja ou margem, em inglês), que mudou o eixo do evento.
A mostra paralela nasceu em 1998, na sétima edição do festival, com 32 grupos. Hoje, esse número quintuplicou. Inspirado no Fringe do Festival de Edimburgo, na Escócia, com enxurrada de 600 espetáculos, a versão brasileira deste ano dá a largada amanhã. Vai apresentar 131 atrações de dez Estados e de Portugal.
Eram 142 há uma semana, mas já constam 11 cancelamentos motivados por doença de algum integrante da equipe inscrita ou, sobretudo, por falta de dinheiro.
Para participar do Fringe, cada companhia desembolsa taxa de R$ 30 a R$ 50 por sessão (espetáculos de rua são isentos). Recebe apoio técnico (som e luz), deixa de 10% a 20% da bilheteria para a organização e precisa bancar transporte, hospedagem etc.
Agora, há um filtro "mínimo" da organização. Só entra grupo em que pelo menos 80% dos integrantes sejam profissionais. Do contrário, poderia bater na casa das duas dezenas de peças.
A capital paranaense participa com a metade das peças do Fringe. São 65, contra 24 da cidade de São Paulo, 16 do Rio, 13 de Campinas, seis de Florianópolis, cinco de Brasília e quatro de Belo Horizonte, para citar as maiores.
Durante dez dias, artistas, público e jornalistas parecem viver sob o signo do caos. É a festa do teatro nacional; espaço para muitas bobagens; uma dezena ou outra de trabalhos que realmente dizem a que vieram; e raras surpresas, como as criações recentes do grupo XIX de Teatro ("Hysteria"), de São Paulo, e da Companhia Brasileira de Teatro ("Volta ao Dia..."), de Curitiba.
As sessões começam às 12h e vão até depois da meia-noite. No primeiro dia, estão programados 15 horários diferentes para 61 peças levadas em teatros, ruas, bares e demais espaços alternativos.
Segundo a coordenadora do Fringe, Nany Semicek, cada vez mais os grupos buscam estratégias para fixar sua peça durante o evento, e não apenas apresentá-las em dois, três dias, e depois arrumar as malas. Pode-se alternar as apresentações ou ficar mais tempo em cartaz.
"Claro que não há regra de sucesso. O boca-a-boca é disparado o melhor modo de divulgação, assim como filipetagem nos pontos mais badalados do festival, que não são fixos e se alternam de um ano para outro", diz Semicek, 21.
O único destaque internacional deste ano é a portuguesa Cia. de Teatro de Braga, que escolheu o Fringe para iniciar turnê brasileira de duas montagens que poderão ser vistas depois em São Paulo, no teatro Sérgio Cardoso.
São dois textos contemporâneos, "Algumas Polaroids Explícitas", do autor britânico Mark Ravenhill, e "Da Vida de Komikaze", do russo Alexei Chipenko.
Especial
Confira o que acontece no Festival de Teatro de Curitiba
Fringe catalisa a cena com 131 espetáculos
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da Folha de S.Paulo
Nos últimos seis anos foi assim. O Festival de Teatro de Curitiba, agora em sua 13ª edição, começa hoje com a Mostra Oficial, produções selecionadas por uma curadoria e pagas pela organização, mas sua alma está no Fringe (franja ou margem, em inglês), que mudou o eixo do evento.
A mostra paralela nasceu em 1998, na sétima edição do festival, com 32 grupos. Hoje, esse número quintuplicou. Inspirado no Fringe do Festival de Edimburgo, na Escócia, com enxurrada de 600 espetáculos, a versão brasileira deste ano dá a largada amanhã. Vai apresentar 131 atrações de dez Estados e de Portugal.
Eram 142 há uma semana, mas já constam 11 cancelamentos motivados por doença de algum integrante da equipe inscrita ou, sobretudo, por falta de dinheiro.
Para participar do Fringe, cada companhia desembolsa taxa de R$ 30 a R$ 50 por sessão (espetáculos de rua são isentos). Recebe apoio técnico (som e luz), deixa de 10% a 20% da bilheteria para a organização e precisa bancar transporte, hospedagem etc.
Agora, há um filtro "mínimo" da organização. Só entra grupo em que pelo menos 80% dos integrantes sejam profissionais. Do contrário, poderia bater na casa das duas dezenas de peças.
A capital paranaense participa com a metade das peças do Fringe. São 65, contra 24 da cidade de São Paulo, 16 do Rio, 13 de Campinas, seis de Florianópolis, cinco de Brasília e quatro de Belo Horizonte, para citar as maiores.
Durante dez dias, artistas, público e jornalistas parecem viver sob o signo do caos. É a festa do teatro nacional; espaço para muitas bobagens; uma dezena ou outra de trabalhos que realmente dizem a que vieram; e raras surpresas, como as criações recentes do grupo XIX de Teatro ("Hysteria"), de São Paulo, e da Companhia Brasileira de Teatro ("Volta ao Dia..."), de Curitiba.
As sessões começam às 12h e vão até depois da meia-noite. No primeiro dia, estão programados 15 horários diferentes para 61 peças levadas em teatros, ruas, bares e demais espaços alternativos.
Segundo a coordenadora do Fringe, Nany Semicek, cada vez mais os grupos buscam estratégias para fixar sua peça durante o evento, e não apenas apresentá-las em dois, três dias, e depois arrumar as malas. Pode-se alternar as apresentações ou ficar mais tempo em cartaz.
"Claro que não há regra de sucesso. O boca-a-boca é disparado o melhor modo de divulgação, assim como filipetagem nos pontos mais badalados do festival, que não são fixos e se alternam de um ano para outro", diz Semicek, 21.
O único destaque internacional deste ano é a portuguesa Cia. de Teatro de Braga, que escolheu o Fringe para iniciar turnê brasileira de duas montagens que poderão ser vistas depois em São Paulo, no teatro Sérgio Cardoso.
São dois textos contemporâneos, "Algumas Polaroids Explícitas", do autor britânico Mark Ravenhill, e "Da Vida de Komikaze", do russo Alexei Chipenko.
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