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25/03/2004
-
05h04
VALMIR SANTOS
Enviado especial da Folha de S.Paulo a Curitiba
À saída do cinema, casal se depara com uma criança chorando na calçada. Ela diz que está perdida. Indagada sobre o seu nome, responde: "Bala". Corte rápido para a cena seguinte do musical "O Carioca", retrato que o grupo Os Fodidos Privilegiados pretende crítico e irreverente de sua cidade, o Rio de Janeiro.
A montagem faz estréia nacional na Mostra Oficial em Curitiba. Bala perdida, arrastões, tráfico de drogas, desemprego, deslizes dos governantes, enfim, a dura realidade entremeia a adaptação de "A Capital Federal", peça do escritor e crítico maranhense Artur Azevedo (1855-1908).
"É um espetáculo de risco, tão crítico e irreverente quanto o Artur, um autogozador. Ele nunca abdicou do espírito lúdico em seus textos", diz Fonseca, 39.
Com quadros que oscilam passado e presente, "O Carioca" bebe na fonte do teatro de revista, gênero que teve auge no Rio nas primeiras décadas do século 20.
Os Privilegiados não passam o ano a limpo, como é tradição na revista. Há uma ou outra citação a 2003. O retrospecto é histórico; remonta a 1915, por exemplo, quando Lima Barreto escreve indignado sobre as inundações.
A geografia desponta no cenário, que reproduz os Arcos da Lapa, e nas miniaturas do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor.
Entre os números musicais, contam-se os qüiproquós amorosos de uma família do interior de Minas Gerais recém-chegada à então capital federal.
Os Privilegiados, 13, que teve Antônio Abujamra entre os fundadores, segue opção por releituras, como em "O Auto da Compadecida" (98) e "As Fúrias" (99).
Outro espetáculo que estréia no festival é "A Aurora da Minha Vida", remontagem de seu próprio autor, Naum Alves de Souza. É a quarta vez que ele dirige a peça que escreveu há 20 anos.
As memórias de um aluno vêm à tona quando este, em adulto, reencontra sua professora. A crueldade dos colegas, mas também dos mestres e da diretoria que cerceavam a liberdade, reveza com passagens de humor e poesia em chave satírica, perpassando as décadas de 1940 a 1970.
A fotógrafa Lenise Pinheiro e o repórter Valmir Santos viajaram a convite da organização do FTC
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Enviado especial da Folha de S.Paulo a Curitiba
À saída do cinema, casal se depara com uma criança chorando na calçada. Ela diz que está perdida. Indagada sobre o seu nome, responde: "Bala". Corte rápido para a cena seguinte do musical "O Carioca", retrato que o grupo Os Fodidos Privilegiados pretende crítico e irreverente de sua cidade, o Rio de Janeiro.
A montagem faz estréia nacional na Mostra Oficial em Curitiba. Bala perdida, arrastões, tráfico de drogas, desemprego, deslizes dos governantes, enfim, a dura realidade entremeia a adaptação de "A Capital Federal", peça do escritor e crítico maranhense Artur Azevedo (1855-1908).
"É um espetáculo de risco, tão crítico e irreverente quanto o Artur, um autogozador. Ele nunca abdicou do espírito lúdico em seus textos", diz Fonseca, 39.
Com quadros que oscilam passado e presente, "O Carioca" bebe na fonte do teatro de revista, gênero que teve auge no Rio nas primeiras décadas do século 20.
Os Privilegiados não passam o ano a limpo, como é tradição na revista. Há uma ou outra citação a 2003. O retrospecto é histórico; remonta a 1915, por exemplo, quando Lima Barreto escreve indignado sobre as inundações.
A geografia desponta no cenário, que reproduz os Arcos da Lapa, e nas miniaturas do Pão de Açúcar e do Cristo Redentor.
Entre os números musicais, contam-se os qüiproquós amorosos de uma família do interior de Minas Gerais recém-chegada à então capital federal.
Os Privilegiados, 13, que teve Antônio Abujamra entre os fundadores, segue opção por releituras, como em "O Auto da Compadecida" (98) e "As Fúrias" (99).
Outro espetáculo que estréia no festival é "A Aurora da Minha Vida", remontagem de seu próprio autor, Naum Alves de Souza. É a quarta vez que ele dirige a peça que escreveu há 20 anos.
As memórias de um aluno vêm à tona quando este, em adulto, reencontra sua professora. A crueldade dos colegas, mas também dos mestres e da diretoria que cerceavam a liberdade, reveza com passagens de humor e poesia em chave satírica, perpassando as décadas de 1940 a 1970.
A fotógrafa Lenise Pinheiro e o repórter Valmir Santos viajaram a convite da organização do FTC
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