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25/03/2004 - 16h17

"O Caminho das Nuvens" disputa prêmio no Festival de Toulouse

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JULIO OLACIREGUI
da France Presse, em Toulouse (França)

O filme de Vicente Amorim "O Caminho das Nuvens", que concorre ao Coup de Coeur, prêmio máximo do Festival de Cinema Latino-Americano de Toulouse, conta a história de um homem que, motivado por uma profunda fé religiosa, leva a família --mulher e cinco filhos-- em viagem de bicicleta pelo Brasil.

Apresentado em festivais famosos, como o de San Sebastián, Sundance e Havana, o filme vale sobretudo pela atuação das crianças que interpretam os filhos de Romão (Wagner Moura), e por esta visão do Brasil profundo, do sertão nordestino à terra prometida, no Rio de Janeiro.

Desde o início, Amorim explica que a história dessa viagem de 2.500 km foi inspirada num fato real, a história de um caminhoneiro que perdeu o emprego e decidiu atravessar o país em busca de novas oportunidades.

O filme dá uma idéia do fenômeno das crenças populares, com gigantescas estátuas de Padre Cícero, música e venda de todo tipo de artigo religioso.

Na verdade, "O Caminho das Nuvens" é um passeio turístico à beira-mar, em que são apresentados espetáculos folclóricos com falsos indígenas de dançam e cantam.

Amorim pretende fazer uma crítica à ingenuidade popular e a exploração que alguns fazem dos sentimentos religiosos, mas falta força ao filme, que se perde em detalhes pitorescos.

O personagem interpretado por Wagner Moura está possuído de uma fé egoísta que o torna "cabeça-dura" e cego diante do mal-estar dos filhos e da esposa. Seu mais velho é um adolescente rebelde que o enfrenta várias vezes nessa longa via-crúcis por cidades brasileiras.

Claudia Abreu interpreta Rose, esposa de Romão, e, embora seja boa atriz, não consegue se encaixar no elenco por sua beleza e fragilidade.

"O Caminho das Nuvens" tem como trilha sonora a música popular romântica de Roberto Carlos.

Mais brasileiros

Outro filme brasileiro que concorre ao Coup de Coeur é "O Outro Lado da Rua", de Marcos Bernstein.

Regina, interpretada por Fernanda Montenegro, mora em Copacabana, mas está tão entediada que decide conseguir um emprego de delatora da polícia ou "X9".

Com muito humor, o filme conta as aventuras de Regina com muita verdade.

"Escrevi este papel pensando em Fernanda Montenegro desde o começo. Estava destinado para ela", disse Bernstein.

O Festival Latino-Americano de Toulouse homenageou o cineasta Jorge Furtado, e seu último filme, "O Homem que Copiava", apresentado em seção hors-concours, caiu no agrado do público por seu lado poético, humano e engajado.

"Este filme teve 700 mil espectadores no Brasil. Fala sobre as pessoas que sabem poucas coisas sobre um grande número de temas, mas que na verdade não são sábios em nada. Também fala da fragmentação e da problemática entre original e cópia", disse Furtado.

"Quando estava escrevendo o roteiro, me perguntava: o que pensa essa mulher que repete o mesmo gesto numa fábrica por toda a vida? Assim como o personagem que opera a fotocopiadora", lembrou.
 

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