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26/03/2004
-
06h31
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Folha de S.Paulo
Como uma das maiores cantoras da história da música popular brasileira pôde soterrar sua história embaixo de uma figura ranzinza que esculhambava calouros desafinados no programa dominical de Silvio Santos? A pergunta ainda está por ser respondida, mas a artista Aracy de Almeida volta lentamente a ser lembrada, no ano em que completaria 90 anos.
O amigo e incentivador Hermínio Bello de Carvalho lança depois de amanhã, no Rio, no dia em que completa 70 anos, o perfil "Araca - Arquiduquesa do Encantado" (ed. Folha Seca, 85 págs.). Não esgota o mistério de Aracy, mas define seu objetivo:
"O enfoque do livro é chamar atenção de que esse lado que ficou ocultado foi o principal dela. Ela deu novos rumos à canção brasileira em certo momento."
Na intimidade, a rabugenta folclórica lia Augusto dos Anjos e convivia com Vinicius de Moraes e Antonio Maria. A "culpa" pela trajetória, para Hermínio, foi do "sistema": "Ela passou a ser ignorada como cantora. Cedeu, foi cooptada pelo sistema".
Ele não é o único a tentar reabilitar a imagem da intérprete que nos anos 30 e 40 incorporou as artes sofisticadas de Noel, Custódio Mesquita e Ary Barroso.
Rita Lee faz o mesmo em "Balacobaco" (termo do vocabulário iconoclasta de "Araca"). Seu show, em cartaz em São Paulo, começa com falas de Chacrinha e Silvio Santos e emenda com "Fita Amarela", na voz de Aracy.
Adiante, Rita se veste de Chacrinha, soldando numa só as personalidades duplas de Aracy, Rita Lee e Chacrinha. Viva voz do morto, Aracy agradece lá do éter.
Hermínio Bello de Carvalho tenta reabilitar Aracy de Almeida
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da Folha de S.Paulo
Como uma das maiores cantoras da história da música popular brasileira pôde soterrar sua história embaixo de uma figura ranzinza que esculhambava calouros desafinados no programa dominical de Silvio Santos? A pergunta ainda está por ser respondida, mas a artista Aracy de Almeida volta lentamente a ser lembrada, no ano em que completaria 90 anos.
O amigo e incentivador Hermínio Bello de Carvalho lança depois de amanhã, no Rio, no dia em que completa 70 anos, o perfil "Araca - Arquiduquesa do Encantado" (ed. Folha Seca, 85 págs.). Não esgota o mistério de Aracy, mas define seu objetivo:
"O enfoque do livro é chamar atenção de que esse lado que ficou ocultado foi o principal dela. Ela deu novos rumos à canção brasileira em certo momento."
Na intimidade, a rabugenta folclórica lia Augusto dos Anjos e convivia com Vinicius de Moraes e Antonio Maria. A "culpa" pela trajetória, para Hermínio, foi do "sistema": "Ela passou a ser ignorada como cantora. Cedeu, foi cooptada pelo sistema".
Ele não é o único a tentar reabilitar a imagem da intérprete que nos anos 30 e 40 incorporou as artes sofisticadas de Noel, Custódio Mesquita e Ary Barroso.
Rita Lee faz o mesmo em "Balacobaco" (termo do vocabulário iconoclasta de "Araca"). Seu show, em cartaz em São Paulo, começa com falas de Chacrinha e Silvio Santos e emenda com "Fita Amarela", na voz de Aracy.
Adiante, Rita se veste de Chacrinha, soldando numa só as personalidades duplas de Aracy, Rita Lee e Chacrinha. Viva voz do morto, Aracy agradece lá do éter.
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