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13/04/2004
-
04h23
TEREZA NOVAES
do Guia da Folha
Uma sutil ironia se esconde no trabalho de Marcius Galan, 31, que inaugura hoje sua primeira individual, na galeria Luisa Strina. A começar pelo nome da exposição: "Fundo Falso", emprestado do conjunto de caixas de madeira cujos tampos reproduzem em perspectiva seus próprios fundos.
"As caixas criam a ilusão de um espaço vazio, é uma brincadeira com a perspectiva, conforme a pessoa se movimenta, aquilo perde a realidade. Ao mesmo tempo, há a questão do conteúdo delas", diz Galan, que, no ano passado, participou da mostra "Nova Geometria", na galeria Fortes Vilaça, e ganhou a bolsa Citè des Art, oferecida pela Faap, que consiste em seis meses de trabalho em um ateliê de Paris.
Recorrente nas obras em exposição, o princípio ilusório tem bases numa contestação politizada, que mira no consumo e nas estruturas sociais. Um exemplo são os backlights que estampam os seus próprios circuitos elétricos, originados a partir da obra "Sem Título (Aos Cidadãos do Brasil, no 500º Aniversário de Seu Descobrimento)", uma caixa de luz que mostra seu funcionamento, realizada em 2000, em homenagem "aos que trabalham".
Para as novas peças, o artista comprou backlights usados, fotografou o "avesso", restaurou a caixa e colocou luz naqueles que ainda funcionavam. "O backlight enaltece a imagem, idealiza alguma coisa. A idéia é mostrar o seu funcionamento e sua precariedade, não mais o aparelho que busca a imagem ideal", reflete Galan.
Imitando painéis laqueados, outra linguagem bastante utilizada pela publicidade, objetos em amarelo e azul foram talhados até revelarem sua matéria-prima, a madeira, no formato de alguma logomarca inexistente.
No último piso da galeria, Galan exibe a instalação "Extensão", na qual a energia elétrica percorre quase 6.000 metros de fio para alimentar uma lâmpada de 100 watts. A energia dissipada nesse longo percurso faz com que a luz seja tão fraca quanto a de uma lâmpada de 40 watts de potência.
FUNDO FALSO - Exposição de Marcius Galan
Onde: galeria Luisa Strina (r. Oscar Freire, 502, Jardins, tel. 3088-2471)
Quando: de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h; até 7/5
Quanto: entrada franca
Princípios ilusórios remetem a consumismo em obras de Galan
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do Guia da Folha
Uma sutil ironia se esconde no trabalho de Marcius Galan, 31, que inaugura hoje sua primeira individual, na galeria Luisa Strina. A começar pelo nome da exposição: "Fundo Falso", emprestado do conjunto de caixas de madeira cujos tampos reproduzem em perspectiva seus próprios fundos.
"As caixas criam a ilusão de um espaço vazio, é uma brincadeira com a perspectiva, conforme a pessoa se movimenta, aquilo perde a realidade. Ao mesmo tempo, há a questão do conteúdo delas", diz Galan, que, no ano passado, participou da mostra "Nova Geometria", na galeria Fortes Vilaça, e ganhou a bolsa Citè des Art, oferecida pela Faap, que consiste em seis meses de trabalho em um ateliê de Paris.
Recorrente nas obras em exposição, o princípio ilusório tem bases numa contestação politizada, que mira no consumo e nas estruturas sociais. Um exemplo são os backlights que estampam os seus próprios circuitos elétricos, originados a partir da obra "Sem Título (Aos Cidadãos do Brasil, no 500º Aniversário de Seu Descobrimento)", uma caixa de luz que mostra seu funcionamento, realizada em 2000, em homenagem "aos que trabalham".
Para as novas peças, o artista comprou backlights usados, fotografou o "avesso", restaurou a caixa e colocou luz naqueles que ainda funcionavam. "O backlight enaltece a imagem, idealiza alguma coisa. A idéia é mostrar o seu funcionamento e sua precariedade, não mais o aparelho que busca a imagem ideal", reflete Galan.
Imitando painéis laqueados, outra linguagem bastante utilizada pela publicidade, objetos em amarelo e azul foram talhados até revelarem sua matéria-prima, a madeira, no formato de alguma logomarca inexistente.
No último piso da galeria, Galan exibe a instalação "Extensão", na qual a energia elétrica percorre quase 6.000 metros de fio para alimentar uma lâmpada de 100 watts. A energia dissipada nesse longo percurso faz com que a luz seja tão fraca quanto a de uma lâmpada de 40 watts de potência.
FUNDO FALSO - Exposição de Marcius Galan
Onde: galeria Luisa Strina (r. Oscar Freire, 502, Jardins, tel. 3088-2471)
Quando: de seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 17h; até 7/5
Quanto: entrada franca
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