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13/04/2004 - 07h19

Mostra discute aspecto social da eletrônica

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THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo

Totalmente incrustada no cotidiano, a música eletrônica --desde suas origens até a influência exercida sobre o atual universo jovem-- é discutida na mostra "Supersônica", no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). São dez documentários, entre curtas e longas-metragens.

O festival é interessante como um todo, mas há os filmes indispensáveis, seja pelo caráter histórico, seja como uma forma de inclusão social. Ou apenas diversão.

No primeiro caso, encontra-se "Modulations", da brasileira Iara Lee. Ela entrevistou praticamente todo mundo que importa, de Giorgio Moroder (lendário produtor de Donna Summer) a Robert Moog (o criador dos sintetizadores) aos grupos Prodigy e Future Sound of London. De Stockhausen a Roni Size, todos comentam o crescimento da música eletrônica.

Outra boa pedida é "Theremin: Uma Odisséia Eletrônica", filme ganhou prêmio no festival de Sundance ao discutir o aparecimento do primeiro instrumento "eletrônico", criado pelo russo Lev Theremin em 1919.

Já "Better Living through Circuitry" e "Sinergy" centram fogo no aspecto cultural das raves. Os filmes --especialmente o segundo-- perdem um pouco ao prevalecer o ponto de vista norte-americano. O "fenômeno" das raves atingiu muito mais Europa e América do Sul.

"Não se sabe, de uma maneira geral, onde posicionar essa música, por que ela está convivendo conosco dessa maneira. E ela ainda é vista como marginal, como parte de apenas alguns grupos e tribos", diz Camilla Ribas, 29, curadora do "Supersônica". Ela prepara a mostra desde abril do ano passado. Entre os filmes que não conseguiu trazer, está uma produção grega --falada em grego-- que discute a eletroacústica. Não houve tempo de legendar.

A inclusão social promovida pela eletrônica é o assunto de "Mutiny". O filme traça um perfil da influência dos artistas asiáticos na música britânica. Aqui, segundo entrevista do diretor Vivek Bald à Folha não há como falar apenas de diversão. "O foco está na história do racismo e do anti-racismo dos anos 70, 80 e 90, porque este foi o contexto do surgimento desses artistas."

O mais curioso dos filmes do evento é "Operação Cavalo de Tróia", realizado por três estudantes paulistas. O filme mostra a(s) tentativa(s) de invasão de uma rave por várias dezenas de jovens da periferia. Sem dinheiro, eles driblam matas, rios, seguranças e cachorros para alcançar um lugar à pista de dança.

"Ground... do Under ao Over", que foi exibido na mostra SP Música, no mesmo CCBB, é indispensável para conhecer um pouco melhor como a música eletrônica passou de mera trilha em pequenos clubes de São Paulo para protagonista de festas enormes e lucrativas da cidade.

Livre Elétron

A eletrônica ganha espaço no CCBB também com o festival Livre Elétron, que pretende dar espaço às experimentações do gênero, com artistas como Bojo, Anvil FX e Loop B. Os shows ocorrerão às terças-feiras.

SUPERSÔNICA
Onde:
CCBB (r. Álvares Penteado, 112, tel. 3113-3651)
Quando: de hoje a 18/4
Quanto: R$ 2 e R$ 4

LIVRE ELÉTRON - Shows com Bojo, Quarteto Fauré, Anvil FX e outros
Onde: CCBB
Quando: hoje, 20/4, 27/4 e 4/5, às 13h e às 19h
Quanto: R$ 3 e R$ 6
 

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