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20/04/2004 - 06h40

Cantora mostra sua "música nômade" no Abril pro Rock

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DIEGO ASSIS
enviado especial a Recife

Ela é brasileira, 29 anos, nascida em Olinda, dois discos lançados, agenda lotada na Europa e, porém, você provavelmente nunca ouviu falar de Cynthia Zamorano. Nem os pernambucanos. Vivendo entre Londres, Madri e Espanha desde 1996, a cantora trouxe pela primeira vez ao país o projeto de "música nômade" CYZ, para uma apresentação no festival Abril pro Rock, na última sexta.

"Compus e gravei umas fitas demos na Europa e trouxe para o Rio de Janeiro. Toquei com uma galera e aí fui a São Paulo, gravei com o pessoal do Mestre Ambrósio e vim pra Recife de mochila nas costas para terminar tudo", lembra ela, que autoproduziu "littlefishdublongwatersamba", seu segundo CD pelo selo indie português Nylon, em "ao todo, uns três meses". Entre a "galera" que contribuiu para o disco, que como o próprio nome sugere é uma mistura de dub e música eletrônica com samba e MPB, estão Zeca Baleiro, Arthur Maia, Fred Zero Quatro, DJ Dolores e até o ministro da Cultura, Gilberto Gil.

"Não queria que meu disco saísse com a cara de lá. Queria a cara daqui, do povo, da minha família, dos músicos que conheço", defende, grifando também que Gil é fã antigo do trabalho dela, desde o disco "Precyz", de 2001, e da coletânea "Caipiríssima", lançada pelo selo de Iara Lee em Nova York.

"Gil me deu uns conselhos muito bons para esse segundo disco. Ele é muito bom: gosta de gostar de tudo. Acho que todo mundo deveria ser mais assim, gostar de gostar das coisas."

Com a atual onda de boa vontade dos gringos diante de artistas nacionais --outras atrações do Abril pro Rock, como os paraibanos do Cabruêra, além do próprio DJ Dolores, acabaram de voltar de turnês pela Europa--, seria o CYZ só mais um caso de "música brasileira para inglês ver"?

"Rapaz, não é música para gringo ver, é para qualquer um. Música é universal. Eu sou daqui [de Olinda], carrego esse carimbo muito forte nas minhas músicas. E essa roupagem eletrônica é contemporânea. Hoje tem mil métodos de fazer as coisas. Poderia inventar de tocar, sei lá, marimbas."

A chave da nova (world) música nordestina, resume ela, estaria, no entanto, em ser um bocado "tinhosa". "São aquelas pessoas curiosas, que vão mesmo atrás das coisas, só que de sua própria terra. O Recife é meio assim. A gente é tinhoso para caramba."

Tinhosos terão de ser também os brasileiros que quiserem conhecer CYZ. Como a distribuição nacional do CD não está fechada, o jeito é importar de Portugal. Ou mandar buscar lá no Japão...

O jornalista Diego Assis viajou a convite da organização do Abril pro Rock

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