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21/04/2004
-
03h53
CASSIANO ELEK MACHADO
da Folha de S.Paulo
Tem boas novas no bolso dos brasileiros --e nada que ver com o "espetáculo do crescimento". A Bienal de São Paulo está testemunhando a sobrevida de um segmento editorial que historicamente não "pegou" no país, o "pocket book". O livro de bolso chega à 18ª edição do maior evento editorial do país com mais força do que nas 17 feiras anteriores.
A editora gaúcha L&PM está comemorando seus 30 anos de atividade com duas marcas históricas para o formato pocket: mais de 3 milhões de exemplares vendidos e 365 títulos no catálogo ("um por dia do ano", brinca seu editor, Ivan Pinheiro Machado).
Os mais recentes estão exibidos com pompa e circunstância no estande de outra editora: a Nova Fronteira. São quatro títulos de um dos papas do suspense inteligente, o belga Georges Simenon (1903-1989), que marcam a primeira parceria da empresa gaúcha com outra casa editorial.
A dobradinha L&PM e Nova Fronteira deve seguir em pelo menos 60 títulos de bolso, todos de Simenon e seu detetive Maigret.
"Não consigo acreditar que o livro de bolso não possa funcionar no Brasil", exprime Carlos Augusto Lacerda, editor da Nova Fronteira, que faz sua primeira empreitada no "bolso".
Historicamente não funcionou: desde os anos 30, quando a Globo lançou a "Coleção Globo", até a criação da Edibolso, em 1971, em consórcio liderado pela editora Abril, passando pelas séries Sagarana (José Olympio) e Saraiva, os livros baratos, menores, de ampla tiragem não decolaram.
Criada em 97, a série da L&PM vem se consolidando a partir do combate do nó central desse segmento, a distribuição. "A logística criada por eles é invejável", palpita Lacerda. "O sistema de displays garante espaço nas livrarias."
Pinheiro Machado diz que são 1.500 os displays dos pockets da L&PM espalhados pelo Brasil, "do Belém à avenida Paulista".
Expostos neles estão títulos de todos os tipos, mas a maior parte deles de chamado "domínio público" (obras para as quais não se recolhe direitos autorais). São desse perfil os campeões de venda da coleção (cujos livros custam de R$ 5 a R$ 28), como "O Príncipe", de Maquiavel, "A Arte da Guerra", de Sun Tzu.
Apesar de ter como miolo de seu catálogo de pockets livros desse tipo (incluindo esses mesmos títulos), a segunda maior coleção de livros de bolso, a Leitura, da Paz & Terra, com 52 títulos, tem como best-seller uma obra que paga direitos autorais, "Pedagogia da Autonomia", de Paulo Freire, que já vendeu 500 mil exemplares. É de títulos exclusivos também a nova série "Aplauso", da Imprensa Oficial.
Para esse tipo de livros, lançamentos exclusivos e com direitos autorais, que se expande também a coleção da L&PM. Ela está relançando "On the Road", de Jack Kerouac, e prepara lançamento, em pocket, de todos os inéditos em português desse escritor beat.
Especial
Saiba mais sobre a Bienal Internacional do Livro de São Paulo
Editoras empurram livros para o bolso do brasileiro
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da Folha de S.Paulo
Tem boas novas no bolso dos brasileiros --e nada que ver com o "espetáculo do crescimento". A Bienal de São Paulo está testemunhando a sobrevida de um segmento editorial que historicamente não "pegou" no país, o "pocket book". O livro de bolso chega à 18ª edição do maior evento editorial do país com mais força do que nas 17 feiras anteriores.
A editora gaúcha L&PM está comemorando seus 30 anos de atividade com duas marcas históricas para o formato pocket: mais de 3 milhões de exemplares vendidos e 365 títulos no catálogo ("um por dia do ano", brinca seu editor, Ivan Pinheiro Machado).
Os mais recentes estão exibidos com pompa e circunstância no estande de outra editora: a Nova Fronteira. São quatro títulos de um dos papas do suspense inteligente, o belga Georges Simenon (1903-1989), que marcam a primeira parceria da empresa gaúcha com outra casa editorial.
A dobradinha L&PM e Nova Fronteira deve seguir em pelo menos 60 títulos de bolso, todos de Simenon e seu detetive Maigret.
"Não consigo acreditar que o livro de bolso não possa funcionar no Brasil", exprime Carlos Augusto Lacerda, editor da Nova Fronteira, que faz sua primeira empreitada no "bolso".
Historicamente não funcionou: desde os anos 30, quando a Globo lançou a "Coleção Globo", até a criação da Edibolso, em 1971, em consórcio liderado pela editora Abril, passando pelas séries Sagarana (José Olympio) e Saraiva, os livros baratos, menores, de ampla tiragem não decolaram.
Criada em 97, a série da L&PM vem se consolidando a partir do combate do nó central desse segmento, a distribuição. "A logística criada por eles é invejável", palpita Lacerda. "O sistema de displays garante espaço nas livrarias."
Pinheiro Machado diz que são 1.500 os displays dos pockets da L&PM espalhados pelo Brasil, "do Belém à avenida Paulista".
Expostos neles estão títulos de todos os tipos, mas a maior parte deles de chamado "domínio público" (obras para as quais não se recolhe direitos autorais). São desse perfil os campeões de venda da coleção (cujos livros custam de R$ 5 a R$ 28), como "O Príncipe", de Maquiavel, "A Arte da Guerra", de Sun Tzu.
Apesar de ter como miolo de seu catálogo de pockets livros desse tipo (incluindo esses mesmos títulos), a segunda maior coleção de livros de bolso, a Leitura, da Paz & Terra, com 52 títulos, tem como best-seller uma obra que paga direitos autorais, "Pedagogia da Autonomia", de Paulo Freire, que já vendeu 500 mil exemplares. É de títulos exclusivos também a nova série "Aplauso", da Imprensa Oficial.
Para esse tipo de livros, lançamentos exclusivos e com direitos autorais, que se expande também a coleção da L&PM. Ela está relançando "On the Road", de Jack Kerouac, e prepara lançamento, em pocket, de todos os inéditos em português desse escritor beat.
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