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22/04/2004 - 08h08

Bete Coelho investiga desejos femininos

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da Folha de S.Paulo

Presença cativa em elencos, a premiada atriz Bete Coelho vem freqüentando cada vez mais o lado de cá do palco como diretora.

Nos anos 90, ela assinou montagens como "O Caderno Rosa de Lory Lambi" e "Pentesiléias", esta com Daniela Thomas. No ano passado, dirigiu "A Caixa", solo de Renata Melo.

Amanhã, ela estréia a tragicomédia "Elas São do Baralho", de Mara Carvalho. No próximo mês, é a vez do drama "Um Número", da inglesa Caryl Churchill.

Bete Coelho, 36, ainda se esquiva, prefere atuar a dirigir, acha muito trabalhoso, mas a demanda está criada. A atriz e autora Mara Carvalho entregou-lhe a peça "Elas São do Baralho", que ficou guardada na gaveta por alguns dias, fruto de resistência da intérprete de Cacilda Becker na montagem do diretor Zé Celso e do grupo Oficina (1998).

Ela reconhece preconceito para com a comédia. É mais afeita ao drama. Mas se surpreendeu com a leitura e logo confirmou a "esquisita" parceria com Carvalho. "Li devorando o texto, me vi envolvida com as personagens. Mara tem muito talento", diz Coelho.

Em verdade, a autora define "Elas São do Baralho" como uma tragicomédia. Reunidas para aquele que seria apenas mais um jogo de cartas, quatro mulheres discorrem sobre ambições e devaneios tais como a obsessão pelo corpo perfeito, pela relação amorosa ideal e imortalidade.

"A peça tem todos aqueles ingredientes comuns ao cotidiano, ao universo das mulheres, suas queixas, desejos, mas também inclui as grandes verdades, adquire um tom patético e chega às patologias comuns aos seres humanos", diz Carvalho, 40, que tratou da relação de um casal em "Vida Privada" (1994). A peça abre com três mulheres à mesa. Glória (Roney Facchini), Gilda (Magali Biff) e Giovana (Iara Jamra). Elas aguardam uma quarta, Bia (Carvalho), que é filha de Glória, irmã de Giovana. Esses nomes que iniciam com "G" não são por acaso.

Variações sobre o ponto G são pertinentes aos diálogos dessas mulheres, que já foram casadas ou não. Seus ex-maridos têm em comum a profissão de médico, tão idealizada como o casamento perfeito segundo rezam as tradições familiares.

A presença de um homem, Facchini, no papel de uma das mulheres é sugestão de Bete Coelho, ela que já interpretou vários papéis masculinos em espetáculos dirigidos por Gerald Thomas.

"É uma forma de brincar, de romper com os gêneros. Nós, mulheres, muitas vezes temos uma voz masculina poderosa, quer através do discurso, quer dos pensamentos", diz Coelho.

ELAS SÃO DO BARALHO
Texto:
Mara Carvalho
Direção: Bete Coelho
Com: Iara Jamra, Magali Biff, Mara Carvalho e Roney Facchini
Onde: Centro da Terra (r. Piracuama, 19, Sumaré, tel. 3675-1595)
Quando: estréia amanhã; sex., às 21h30; sáb., às 21h; e dom., às 19h
Quanto: R$ 20 e R$ 25 (sáb.). Até 13/6
 

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