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24/04/2004
-
08h39
JULIANA MONACHESI
free-lance para a Folha
É uma pena que esse "Arte para Todos" não seja um "Arte para Dummies" (tolos), porque um pouco mais de didatismo não lhe faria mal.
É bacana principiar com Ariano Suassuna praguejando o absurdo de afirmar que a arte brasileira tenha apenas cinco séculos quando o país tem exemplos extraordinários de arte rupestre. E o documentário de Zelito Viana ainda é interessante quando ora afirma que a arte brasileira começa no barroco, ora que se inicia com a Missão Francesa.
Posições diferentes e/ou antagônicas ao longo do filme dão conta de sugerir a complexidade do tema, mas, quando um Affonso Romano de Sant'Anna abre a boca para dizer que a arte contemporânea brasileira é uma enganação, o documentário presta um desserviço. Em vez de incentivar a democratização da arte, reitera preconceitos grosseiros.
Dividido em cinco módulos na versão para TV, tem seu ponto alto no episódio que vai ao ar hoje, dedicado à arte do século 19, com registro cuidadoso de dezenas de pinturas da coleção Fadel, do Rio de Janeiro (cada período, no documentário, está embasado em uma coleção particular: para arte moderna, a coleção de Gilberto Chateaubriand; para arte contemporânea, a de Figueiredo Ferraz).
Os historiadores e críticos entrevistados enfatizam a influência decisiva da Academia Imperial de Belas Artes (1816), quando Debret vem para o Brasil, e da expedição Langsdorf (1822), que trouxe Rugendas. Abordam a conturbada criação de uma identidade do Brasil a partir de pinturas históricas e a crise da academia na década de 1880, que vai desembocar na criação do Ateliê Livre.
"Os verdes de Batista da Costa não têm mais nada a ver com a academia", afirma o crítico Italo Campofiorito, "aquele verde ele viu na natureza, não na paleta". Segue-se a história de Estevão Silva, o virtuose das naturezas-mortas, que teria, em uma exposição, ocultado atrás de suas telas as frutas que eram retratadas, somando aroma ao já primoroso realismo de sua pintura.
ARTE PARA TODOS
Quando: hoje, às 23h, na TVE (canal 23 da Net/Sky)
Antagonismos pontuam "Arte para Todos"
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free-lance para a Folha
É uma pena que esse "Arte para Todos" não seja um "Arte para Dummies" (tolos), porque um pouco mais de didatismo não lhe faria mal.
É bacana principiar com Ariano Suassuna praguejando o absurdo de afirmar que a arte brasileira tenha apenas cinco séculos quando o país tem exemplos extraordinários de arte rupestre. E o documentário de Zelito Viana ainda é interessante quando ora afirma que a arte brasileira começa no barroco, ora que se inicia com a Missão Francesa.
Posições diferentes e/ou antagônicas ao longo do filme dão conta de sugerir a complexidade do tema, mas, quando um Affonso Romano de Sant'Anna abre a boca para dizer que a arte contemporânea brasileira é uma enganação, o documentário presta um desserviço. Em vez de incentivar a democratização da arte, reitera preconceitos grosseiros.
Dividido em cinco módulos na versão para TV, tem seu ponto alto no episódio que vai ao ar hoje, dedicado à arte do século 19, com registro cuidadoso de dezenas de pinturas da coleção Fadel, do Rio de Janeiro (cada período, no documentário, está embasado em uma coleção particular: para arte moderna, a coleção de Gilberto Chateaubriand; para arte contemporânea, a de Figueiredo Ferraz).
Os historiadores e críticos entrevistados enfatizam a influência decisiva da Academia Imperial de Belas Artes (1816), quando Debret vem para o Brasil, e da expedição Langsdorf (1822), que trouxe Rugendas. Abordam a conturbada criação de uma identidade do Brasil a partir de pinturas históricas e a crise da academia na década de 1880, que vai desembocar na criação do Ateliê Livre.
"Os verdes de Batista da Costa não têm mais nada a ver com a academia", afirma o crítico Italo Campofiorito, "aquele verde ele viu na natureza, não na paleta". Segue-se a história de Estevão Silva, o virtuose das naturezas-mortas, que teria, em uma exposição, ocultado atrás de suas telas as frutas que eram retratadas, somando aroma ao já primoroso realismo de sua pintura.
ARTE PARA TODOS
Quando: hoje, às 23h, na TVE (canal 23 da Net/Sky)
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