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24/04/2004 - 10h49

Animação feita por crianças vai concorrer em festival no PE

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KATIA CALSAVARA
da Folha de S.Paulo

Sabe essa menina aí ao lado? "Ela é bem feiosa, mas até que gosto bastante dela", disse a dona do traço, Meriele Nascimento do Rosário, 12, que está de malas prontas para ver sua boneca andar na tela do 8º Festival de Audiovisual de Pernambuco, o Cine PE, que começa no dia 29, em Recife.

A personagem feita por Meriele, a Maria Luiza, é a protagonista de "Portinholas", que vai concorrer na categoria de curta-metragem de animação, disputando o prêmio com obras feitas por adultos. Do roteiro à trilha sonora, o curta foi idealizado por crianças e é baseado em livro de mesmo nome de Ana Maria Machado. A produção é da ONG Instituto Merlin Azul.

Na animação, Maria Luiza descobre telas do artista brasileiro Cândido Portinari (1903-1962) e faz um passeio por cima delas. Para o desenho ganhar vida, as crianças dividiram tarefas. Algumas ficaram responsáveis pelo roteiro, outras fizeram figuras para serem animadas no computador e outras participaram da pintura final das imagens.

"Antes, eu fazia desenhos sem características, sem imaginação. Quando vi que eles poderiam virar um filme animado, comecei a dar mais valor ao que eu desenho", conta Athilla Hércules Cardoso, 12.

Crianças que participaram de oficinas de cinema em cidades brasileiras, como Vitória (ES), Recife (PE) e Sorocaba (SP), descobriram que o pensamento pode voar da cabeça para a tela.

Esse foi o caso do curta-metragem animado "Portinholas", desenvolvido por mais de 150 crianças de escolas públicas de Vitória. Em Recife, a conclusão de outra oficina de cinema rendeu o curta "Alta Tensão".

Qual é o caminho para fazer arte? Não aquela de riscar a parede de casa, esconder brinquedo do irmão, mexer nas coisas dos pais. Arte de fazer uma idéia virar algo que dá para ver, sentir, às vezes tocar, como músicas, poemas, danças, quadros, filmes.

Após participar do projeto Vídeo-Escola, em Sorocaba (SP), crianças de oito a dez anos vão ver seus trabalhos no 3º Ecocine - Festival de Cinema e Vídeo Ambiental, que ocorre em São Sebastião (a 214 quilômetros de São Paulo) até amanhã.

Lá, eles também vão assistir ao vídeo "O Tamanho que Não Cai Bem", feito por crianças de comunidades pobres de Porto Alegre (RS). Na programação infantil do festival, a CriancEco 2004, também vai haver debates entre os criadores e mostra de filmes produzidos por crianças e adolescentes de outros Estados.

Um cientista resolve roubar energia elétrica de uma cidade e, para isso, conta com a ajuda de três macacos malucos, que viajam pelos fios de "Alta Tensão". Esse é o nome do curta que resultou da Oficina Comunitária de Cinema de Animação, organizada pelo Cine PE, da qual participaram 22 crianças de Recife.

Os pequenos cineastas ainda não viram o filme pronto. "Estou bem curioso", conta Bruno Ferreira de França, 12, que, durante um mês, freqüentou aulas para aprender a fazer suas figuras marcharem para fora do papel.

Carlos Alberto Nascimento de Jesus, 9, conta que gostou muito de conhecer e de fazer "flip book" (desenhos que, reunidos em seqüência, em um bloco, podem ser movimentados). "Eu aprendi a fazer a arte-final sem borrar."
 

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