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07/05/2004 - 13h10

Cinema alemão pega carona no sucesso de "Adeus, Lenin!"

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da France Presse, em Berlim

O inesperado sucesso da comédia "Adeus, Lenin!", de Wolfgang Becker, filme vencedor do Festival de Cinema de Berlim, e agora o êxito de "The Edukators", que pela primeira vez em dez anos coloca a Alemanha entre os competidores do Festival de Cannes, deixam claro: o cinema alemão está na crista da onda.

Uma co-produção austríaco-alemã, "The Edukators", de Hans Weingartner, será lançado no mercado alemão com o título "The Good Times Are Over" (Os bons tempos morreram).

A indústria do cinema espera que estes dois filmes representem apenas o limiar do que afirmam ser um interesse crescente no cinema alemão.

"Dificilmente Cannes poderia continuar ignorando os filmes alemães", alfinetou Alfred Holighaus, que presidiu uma seção do Festival de Berlim, dedicada às perspectivas do cinema alemão.

"Edukators" é o segundo filme de Hans Weingartner, um austríaco que se formou na Alemanha.

Sua seleção na mostra competitiva do principal festival de cinema do mundo é, segundo Heinz Badewitz, "a prova de que uma nova geração de cineastas alemães está emergindo".

Desde 1970, ele promove o cinema alemão em Cannes e no Festival de Berlim e evoca a era em que a lista de grandes diretores incluía nomes como Rainer Werner Fassbinder, Wim Wenders, Volker Schloendorf e Werner Herzog.

"Edukators" é estrelado por Daniel Brühl, que de forma emocionante recria a Alemanha Oriental para a mãe (Katrin Sass), que acaba de acordar de um coma, em "Adeus, Lenin!".

O último filme é uma doce peça de nostalgia centrada na queda do Muro de Berlim e foi o sucesso do ano de 2003 na Alemanha, com a assistência de 6,5 milhões de espectadores.

Também se tornou popular fora da terra-natal, sobretudo no Reino Unido, na França e mesmo nos Estados Unidos, mostrando que o cinema alemão é vendável no exterior e que em parte empurra o renascimento aclamado por Badewitz.

Durante o Festival de Berlim, em fevereiro, ele disse ter notado o aumento do interesse de distribuidores internacionais nos filmes alemães.

Saído da Bavaria Films, uma das maiores distribuidoras alemãs, o nome do momento é Fatih Akin, o diretor turco-alemão cujo filme, "Head On" (Gegen die Wand) ganhou o Urso de Ouro na Berlinale.

A história de amor entre imigrantes turcos da segunda geração na Alemanha foi o primeiro filme alemão a vencer o prêmio máximo do Festival de Berlim desde 1986 e Akin foi alçado ao sucesso internacional.

"Lugar Nenhum na África" (Nowhere in Africa), de Caroline Link, que ganhou um Oscar no ano passado na categoria Melhor Filme estrangeiro, também despertou o interesse do mundo no cinema alemão, afirmou Thorsten Ritter, da Bavaria Films.

Segundo Holighaus, o cinema alemão começou a reviver no início da década de 90, pelo menos internamente, com comédias caseiras, de baixo orçamento, mas difíceis de exportar.

"Desde então, o cinema alemão explodiu em todas as direções", afirmou.

O que mudou é que os filmes alemães libertaram a si próprios da baixa qualidade do gênero "para TV" que muitos patrocinadores pediam, explicou Badewitz.

"Os diretores atuais agora são capazes de impor seus próprios pontos de visa. O talento está novamente valorizado", disse.

O dinheiro, no entanto, continua curto. Mas sucessos notáveis, como "The Miracle of Bern", de Soenke Wortmann, que fala da Copa do Mundo de 1954, assistido por 3,3 milhões de pessoas no ano passado, aumentaram a presença do cinema alemão nas telas do próprio país.

Enquanto as produções alemãs foram menos de 10% dos filmes assistidos nas telas alemãs em 1998, o número agora corresponde a 17,5%, o que significa 23,5 milhões de bilhetes pagos.

Mas, apesar do sucesso de público e crítica de "Adeus, Lenin!", sua produtora, a Senator Films, apresentou insolvência no início de abril.
 

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