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13/05/2004
-
19h20
da France Presse, em Berlim
O maestro argentino naturalizado israelense Daniel Barenboim, crítico da política de Israel em relação à Autoridade Nacional Palestina, recebeu no Parlamento de Jerusalém o Prêmio Ricardo Wolf por seu compromisso incansável em favor dos direitos humanos e da paz mundial.
Diretor da Staatsoper de Berlim e fundador de uma orquestra sinfônica formada por jovens judeus e palestinos, Barenboim, 60, não é apenas considerado um músico de grande talento, mas também um pacifista e um provocador genial, como demonstrou novamente em seu discurso caloroso no Parlamento.
Suas palavras despertaram a ira dos membros do governo e dos deputados do partido conservador Likud, mas também arrancaram aplausos dos demais representantes do povo na câmara baixa.
O músico e pacifista perguntou-se, durante o discurso na Knesset, o Parlamento, que tipo de independência pode ter um povo cujo preço é a violação dos direitos fundamentais de outro povo e, mais ainda, se o povo judeu, cuja história está cheia de sofrimentos e perseguições, pode ficar indiferente às violações dos direitos humanos e ao sofrimento de um povo vizinho.
Para Barenboim, o Estado de Israel não pode se dar ao luxo de se entregar ao sonho pouco realista de aspirar a uma solução ideológica para o conflito, em vez de buscar uma saída pragmática e humana que esteja fundamentada na justiça social.
O Prêmio Wolf, de US$ 100 mil, foi compartilhado por Barenboim e o violoncelista Mtislav Rostropovich. Os US$ 50 mil recebidos pelo músico argentino-israelense serão destinados à fundação que ele mesmo criou, juntamente com o falecido publicitário árabe Edward Said, para dar vida à orquestra juvenil judaico-palestina.
O júri justificou a premiação destacando que Barenboim possui um grande compromisso com a música e o humanismo e que suas ações em favor dos direitos humanos e da paz mundial unem os homens de todas as nações e convicções políticas e religiosas.
Na sexta-feira, véspera da entrega do prêmio, Barenboim dirigiu em Ramallah (território palestino) um concerto da orquestra sinfônica judaico-palestina.
Sua compatriota, a clarinetista argentino-israelense Giora Feidman, ex-músico da Orquesta Sinfônica do Teatro Colón de Buenos Aires e da Israel Philharmonic Orchestra chamou Barenboim de "anjo da paz".
Richard Wolf, o empresário alemão e filantropo que deu o nome a este prêmio, nasceu em Hanover (norte) e emigrou para Cuba antes da chegada dos nazistas ao poder na Alemanha. Como socialista de coração, este empresário ajudou a financiar o levante de Fidel Castro contra o regime de Fulgêncio Batista na década de 1950.
Sem "Ricardo Lupo", como foi batizado em Cuba, Fidel provavelmente não teria obtido a vitória com sua revolução. Anos depois, Ricardo "Lupo" Wolf foi embaixador de Cuba em Israel, onde permaneceu até sua morte.
Maestro Daniel Barenboim ganha prêmio por sua ação pacifista
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O maestro argentino naturalizado israelense Daniel Barenboim, crítico da política de Israel em relação à Autoridade Nacional Palestina, recebeu no Parlamento de Jerusalém o Prêmio Ricardo Wolf por seu compromisso incansável em favor dos direitos humanos e da paz mundial.
Diretor da Staatsoper de Berlim e fundador de uma orquestra sinfônica formada por jovens judeus e palestinos, Barenboim, 60, não é apenas considerado um músico de grande talento, mas também um pacifista e um provocador genial, como demonstrou novamente em seu discurso caloroso no Parlamento.
Suas palavras despertaram a ira dos membros do governo e dos deputados do partido conservador Likud, mas também arrancaram aplausos dos demais representantes do povo na câmara baixa.
O músico e pacifista perguntou-se, durante o discurso na Knesset, o Parlamento, que tipo de independência pode ter um povo cujo preço é a violação dos direitos fundamentais de outro povo e, mais ainda, se o povo judeu, cuja história está cheia de sofrimentos e perseguições, pode ficar indiferente às violações dos direitos humanos e ao sofrimento de um povo vizinho.
Para Barenboim, o Estado de Israel não pode se dar ao luxo de se entregar ao sonho pouco realista de aspirar a uma solução ideológica para o conflito, em vez de buscar uma saída pragmática e humana que esteja fundamentada na justiça social.
O Prêmio Wolf, de US$ 100 mil, foi compartilhado por Barenboim e o violoncelista Mtislav Rostropovich. Os US$ 50 mil recebidos pelo músico argentino-israelense serão destinados à fundação que ele mesmo criou, juntamente com o falecido publicitário árabe Edward Said, para dar vida à orquestra juvenil judaico-palestina.
O júri justificou a premiação destacando que Barenboim possui um grande compromisso com a música e o humanismo e que suas ações em favor dos direitos humanos e da paz mundial unem os homens de todas as nações e convicções políticas e religiosas.
Na sexta-feira, véspera da entrega do prêmio, Barenboim dirigiu em Ramallah (território palestino) um concerto da orquestra sinfônica judaico-palestina.
Sua compatriota, a clarinetista argentino-israelense Giora Feidman, ex-músico da Orquesta Sinfônica do Teatro Colón de Buenos Aires e da Israel Philharmonic Orchestra chamou Barenboim de "anjo da paz".
Richard Wolf, o empresário alemão e filantropo que deu o nome a este prêmio, nasceu em Hanover (norte) e emigrou para Cuba antes da chegada dos nazistas ao poder na Alemanha. Como socialista de coração, este empresário ajudou a financiar o levante de Fidel Castro contra o regime de Fulgêncio Batista na década de 1950.
Sem "Ricardo Lupo", como foi batizado em Cuba, Fidel provavelmente não teria obtido a vitória com sua revolução. Anos depois, Ricardo "Lupo" Wolf foi embaixador de Cuba em Israel, onde permaneceu até sua morte.
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