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13/05/2004 - 21h52

Indústria pornô e autoridades dos EUA iniciam "guerra da camisinha"

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da France Presse, em Los Angeles

Autoridades da área de saúde de Los Angeles defenderam hoje a imposição de uma medida para o uso obrigatório de preservativos e protetores bucais nos filmes pornográficos, mas a idéia pode comprometer a proposta e a qualidade dos filmes, segundo seus produtores.

A nova medida, uma resposta aos casos recentes de infecção pelo vírus da Aids de alguns atores pornôs, prevê também a realização de testes freqüentes de HIV entre as pessoas do meio.

Com isso, os produtores da maioria dos estúdios de San Fernando, norte de Los Angeles, ameaçam partir da Califórnia.

Ontem, a indústria de cinema pornô da Califórnia retomou a produção de filmes, paralisada há quase um mês pela descoberta dos casos de HIV entre os atores, que na maioria não usam preservativos durante as filmagens.

"Acho muito triste reiniciar a produção sem o uso obrigatório de preservativos", disse Jonathan E. Fielding, diretor de Saúde Pública de Los Angeles.

Para ele, o uso do preservativo é a única maneira de proteger os atores e, dessa forma, proteger também a indústria.

A Fundação Médica da Indústria de Entretenimento para Adultos (AIM, sigla em inglês) destacou que não sofreu pressões para autorizar a retomada das filmagens neste ramo bilionário, que movimenta de US$ 4 bilhões a US$ 13 bilhões por ano nos Estados Unidos.

Os atores, muitos dos quais participam de até cinco filmes por dia, já começaram a trabalhar esta semana.

"Depois dos recentes casos de HIV, ficou provado que a realização de exames sucessivos nos atores não é um método de prevenção. O uso do preservativo é fundamental, não resta dúvida", enfatizou Fielding.

O conhecido estúdio Vivid, que há um ano impôs o uso de preservativos em suas filmagens, adverte que a medida vai derrubar os negócios do cinema pornô.

"Isso pode nos custar muito economicamente. Tem muita gente nos EUA e no mundo que se nega a ver um filme pornô com camisinha", disse Steven Hirsch, presidente do Vivid, acrescentando que "rodar um filme com preservativos leva muito mais tempo".

Na quarta-feira, Sharon Mitchell, presidente da AIM, informou que muitos atores que estiveram de quarentena nos últimos 30 dias puderam voltar ao trabalho em condições normais e com segurança, depois da realização de uma série de exames.

Para conter a "epidemia", os atores que trabalharam diretamente com os portadores do vírus HIV ou com outros que mantiveram relações sexuais com estes, devem permanecer de quarentena até o fim dos exames.

O alerta na indústria pornográfica ocorreu em meados do mês passado, quando foi revelado que o ator Darren James era portador do HIV.

Em meio a uma onda de pânico, vários estúdios resolveram interromper suas filmagens durante dois meses para realizar exames de sangue com os mais de 45 profissionais que atuaram com James.

A AIM revelou em seguida que o exame da atriz Lara Roxx, que manteve relações com James, deu positivo para o vírus HIV.

Poucos dias depois, duas atrizes conhecidas como Miss Arroyo e Jessica Dee, ambas de 25 anos e que haviam protagonizado cenas eróticas com James, também deram positivo.

James teria contraído o vírus enquanto rodava um filme no Brasil.
 

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