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17/05/2004 - 07h49

"A câmera foi criada para filmarmos a violência", diz Tarantino

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SÉRGIO DÁVILA
Enviado especial a Cannes

"Adoro a violência. Às vezes, acho que Thomas Edison inventou a câmera apenas para que pudéssemos filmar a violência."

Com essa frase, Quentin Tarantino, diretor de "Kill Bill 2" e presidente do júri do Festival de Cannes 2004, encerrou a entrevista e a discussão sobre o motivo de seus filmes serem tão violentos.

O ex-"enfant terrible" de Hollywood respondia, irritado, pela enésima vez sobre a violência de seus filmes, especialmente "Kill Bill", cujo segundo volume foi exibido ontem pela manhã em Cannes. "Não desperdice suas perguntas com isso", falou, quando indagado por que não filmava também comédias ou romances.

"Todos os meus filmes são histórias de amor, de "Cães de Aluguel", que é um amor do equivalente da figura paterna pela do filho, a "Kill Bill". O primeiro roteiro que escrevi, "True Romance", não tem esse nome à toa, não é uma ironia", desabafou. Depois, diria ainda que assistiu a "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, mas que também não considera um filme muito violento. "Já vi muitos títulos de kung fu piores do que isso."

No mesmo dia, o autor de "Pulp Fiction" (1994) e "Jackie Brown" (1997) havia declarado que seu próximo projeto pode ser uma refilmagem de um dos primeiros filmes com o agente secreto James Bond, "Casino Royal" (1967), só que uma versão menos cômica e mais fiel ao livro de Ian Fleming que o inspirou. "Não sei se os produtores vão querer, mas vou deixá-los saber que eu quero fazer."

Tarantino, 41, está no festival acompanhado da namorada, a também cineasta Sofia Coppolla. Ele lidera um júri de oito pessoas que escolherá o filme que levará a Palma de Ouro da 57ª edição do festival, que acaba no próximo domingo. Entre os 19 concorrentes está "Diários de Motocicleta", do brasileiro Walter Salles.

Brasil

Cannes prestou homenagem ontem ao cinema novo brasileiro, dentro da nova seção Cannes Classics, com a presença do diretor artístico do festival, Thierry Frémaux, do ministro da Cultura brasileiro, Gilberto Gil, do cineasta Carlos Diegues e do ator José Wilker, presidente da Riofilme.

Frémaux apresentou oficialmente a homenagem, que começou com a exibição de "Bye Bye Brasil" e serviu para marcar os 40 anos da exibição em Cannes de "Vidas Secas" e "Deus e o Diabo na Terra do Sol", que, segundo Frémaux, "tornaram o cinema novo brasileiro conhecido, um movimento que fecundou não só o cinema brasileiro como também o mundial".

Para Gil, "é uma ocasião especial para nós do Brasil ter uma homenagem como esta num festival de tanto prestígio. Será um reforço à moral do cinema brasileiro, que esta fazendo uma retomada".

Caca Diegues agradeceu aos produtores Luiz Carlos e Lucy Barreto, que também estavam na sessão. Também estava presente Orlando Senna, secretário do Audiovisual do MinC, que não falou.
 

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