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17/05/2004 - 19h48

Michael Moore fala das críticas que faz a Bush em seu filme

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da France Presse, em Cannes

O cineasta americano Michael Moore mira sua arma do sarcasmo contra o presidente George W. Bush no documentário "Fahrenheit 9/11", que disputa a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes.

No filme, o diretor faz uma crítica implacável à maneira como o governo Bush conduziu a investigação dos atentados de Nova York e à manipulação da opinião pública para provocar medo e conseguir apoio para seus planos de guerra contra o Iraque, cujos verdadeiros motivos seriam interesses puramente econômicos ligados à família Bush.

Michael Moore dá seqüência ao seu cinema militante, depois de atacar o comércio de armas no famoso "Tiros em Columbine" (Bowling for Columbine) e as grandes multinacionais General Motors e Nike em "Roger e Eu" e em "The Big One"

O filme começa com a suspeita contagem de votos no Estado da Flórida, que levou George W. Bush à Presidência dos Estados Unidos. Passa depois para irregularidades na investigação dos atentados de 11 de setembro, como o fato de os membros da família Bin Laden terem sido autorizados a sair do país nos dias seguintes à tragédia.

Durante a obra, Moore procura mostrar os laços econômicos entre a família do suposto líder da rede terrorista Al Qaeda e a família Bush, assim como a pressão para acusar o Iraque dos atentados.

Com imagens dos bombardeios, do sofrimento da população civil, da humilhação dos prisioneiros, dos soldados americanos mortos, o cineasta denuncia a invasão do Iraque.

"Um país que nunca atacou os Estados Unidos nem nenhum cidadão americano", destacou Moore em entrevista coletiva à imprensa em Cannes.

"Não se impõe a democracia com canhões", disse, destacando que "os Estados Unidos devem se retirar do Iraque". "Outros países podem ajudar agora este país, mas, com certeza, não os Estados Unidos".

O cineasta denunciou que as autoridades americanas fizeram pressão sobre a produção para impedir que seu filme fosse realizado. Questionado se pretende influenciar nas eleições com seu filme, Moore respondeu que sim. "Mas meu objetivo, como em meus outros filmes, é que o público tenha um bom momento no cinema, que reflita e que continue falando depois do assunto", explicou. "Também quero que riam, porque acredito que é importante rir nesses tempos difíceis", acrescentou.

O diretor falou sobre os atentados de Madri, declarando que "como todo mundo", lamenta muito o ocorrido, pelas vítimas. "Acredito que é preciso lutar contra o terrorismo de uma forma mais inteligente do que neste momento", disse.

"Alegra-me muito que a Espanha não seja dirigida agora pelos partidários da guerra, mas por pessoas que querem sair do Iraque. Outros países como o Canadá e a Alemanha também tentaram dizer aos Estados Unidos que este não era o caminho", afirmou Moore.

O cineasta lembrou também os desentendimentos com a França em relação à guerra. "Os franceses são nossos aliados e o são há muito tempo. Sem os franceses, os Estados Unidos não teriam nascido. Deveríamos mostrar maior gratidão a um país como a França, que tem uma relação conosco de 200 anos", disse.

"São justamente os melhores amigos que têm coragem de dizer a verdade na nossa frente e é isso o que o povo francês faz. Diz a verdade sobre a guerra. Deveríamos agradecê-los, em vez de criticar ou boicotar seus produtos. Principalmente agora, que está sendo comprovado que os franceses tinham razão", acrescentou.
 

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