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22/05/2004 - 18h51

Análise: Cannes premia a Ásia, mas esquece a América Latina

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da France Presse, em Cannes

O Festival de Cannes concedeu neste sábado a Palma de Ouro ao cineasta americano Michael Moore e dividiu os outros dois prêmios principais, do Grande Júri e de Melhor Diretor, entre os cinemas asiático e francês, deixando de fora as duas grandes promessas latino-americanas.

O filme brasileiro "Diários de Motocicleta" levou apenas o prêmio paralelo do Júri Ecumênico, enquanto o argentino "La Santa Niña", também na competição oficial, volta para casa de mãos vazias.

Moore levou a "Palma das Palmas" por "Fahrenheit 9/11", um documentário contra o governo americano de George W. Bush que denuncia a manipulação da opinião pública após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos para justificar a Guerra no Iraque. Segundo Moore, o conflito teria sido motivado exclusivamente pelos interesses econômicos aos quais a família Bush está ligada.

O Grande Prêmio do Júri foi concedido ao filme sul-coreano "Old Boy", de Park Chan-wook, uma adaptação de um "mangá", os quadrinhos japoneses.

Extremamente violento, o longa conta a história de um homem que é seqüestrado sem qualquer razão aparente e mantido em cativeiro durante anos. Pela tevê, seu único contato com o mundo, ele tem conhecimento de que sua esposa foi assassinada e de que o crime é atribuído a ele. Após quinze anos de cativeiro, o homem é libertado e seu seqüestrador o desafia por telefone a descobrir quem ele é.

O Prêmio de Melhor Diretor ficou com o francês Tony Gatlif, pelo filme "Exílios", que conta a viagem de um casal de jovens pela Espanha a caminho da Argélia.

Nascido na Argélia em 1948, Tony Gatlif foi descoberto pelo grande público com os filmes "Latcho Drom" (1993) e "Gadjo Lilo" (1998), nos quais a música, especialmente o flamenco, tem grande importância.

O cinema asiático brilhou mais uma vez com o japonês Yagira Yuya, 14 anos, que levou o prêmio de Melhor Ator do Festival de Cannes, por seu papel em "Nobody Knows", do diretor Hirokasu Kore-eda.

O jovem, que não estava presente na cerimônia porque teve que voltar ao Japão para fazer provas, arrebatou a premiação dos grandes favoritos, como o australiano Geoffrey Rush, o mexicano Gael García Bernal, o americano Tom Hanks e os franceses Jean-Pierre Bacri e Romain Duris.

Em "Nobody Knows", inspirado em "O caso dos quatro meninos abandonados de Nishi-Sugamo", sucesso no Japão, Yagira Yuya interpreta Akira, de 12 anos, o irmão mais velho.

Também ficou com uma asiática o prêmio de melhor atriz. A chinesa Maggie Cheung, 40 anos, venceu a disputa com a atuação em "Clean", do diretor francês Olivier Assayas, seu ex-marido.

Maggie Cheung foi premiada pela interpretação de uma cantora de rock drogada que, depois da morte do seu namorado por overdose, luta para se recuperar e voltar a viver com o filho.

Nascida em Hong Kong, Cheung viveu parte de sua infância em Londres e estreou no cinema em uma comédia dos estúdios locais Shaw brothers. Seu sucesso foi imediato e a atriz, conhecida tanto no Ocidente quanto no Oriente, é considerada uma máquina. Já fez até dez trabalhos por ano, entre eles filme de kung-fu com Jackie Chan.
 

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