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23/05/2004
-
08h23
LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo
Chegou ao fim o clima de conciliação e a "guerra" foi declarada. A TV Record enviou ofício à corregedoria da Câmara e ao deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), coordenador da campanha "antibaixaria" na televisão, ameaçando processar o parlamentar.
A emissora reclama do fato de a campanha Quem Financia a Baixaria É contra a Cidadania ter solicitado às Casas Bahia que deixasse de anunciar no "Cidade Alerta" ou que se mostrasse contrária ao conteúdo do telejornal.
O policialesco da Record faz parte do mais recente "ranking da baixaria", organizado com base em denúncia de telespectadores. Além das Casas Bahia --uma das principais fontes de renda das redes de TV--, outros 13 anunciantes receberam solicitação semelhante no mês de março.
Na carta à corregedoria, datada de 13 de maio, a Record acusa Fantazzini de usar de "poderes conferidos ao Ministério Público" para acusar o programa de inadequado ao horário livre. A emissora afirma que o pedido às Casas Bahia foi um "desrespeito moral e jurídico", coisa de "regime totalitário". Diz que não teve direito de defesa e que foi julgada e condenada "de acordo com critérios pessoais" do deputado. Afirma que os prejuízos são evidentes, ainda mais nesta época "em que muito tem se valorizado as "empresas politicamente corretas"".
Pede que a corregedoria da Câmara impeça que "tais procedimentos se repitam", caso contrário, ameaça tomar medidas judiciais contra Orlando Fantazzini.
Para o deputado, o ofício da Record é "uma tentativa de intimidá-lo". "A emissora sabe como funciona a campanha, até porque há um representante deles, o Roberto Wagner, na comissão."
Segundo o parlamentar, a campanha não reflete suas opiniões pessoais, pois conta com o apoio de 60 entidades, entre elas a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). "Não estamos obrigando nenhuma empresa a deixar de anunciar. O anunciante acata nossa solicitação se quiser, mas sabe que há por trás dela uma pressão da sociedade civil."
O deputado acusa a Record de pretender usar seu "poder econômico para acabar com a campanha". "Eles querem continuar ganhando dinheiro explorando a miséria e a violência", afirma.
As Casas Bahia não se pronunciaram sobre o assunto. Procurada pela Folha, a Casa de Imprensa, responsável por sua assessoria, afirmou que a resposta deveria ser dada pela Young & Rubicam, sua agência de publicidade. Esta, por sua vez, solicitou que a Folha procurasse a Casa de Imprensa.
TV Record ameaça deputado "antibaixaria"
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da Folha de S.Paulo
Chegou ao fim o clima de conciliação e a "guerra" foi declarada. A TV Record enviou ofício à corregedoria da Câmara e ao deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), coordenador da campanha "antibaixaria" na televisão, ameaçando processar o parlamentar.
A emissora reclama do fato de a campanha Quem Financia a Baixaria É contra a Cidadania ter solicitado às Casas Bahia que deixasse de anunciar no "Cidade Alerta" ou que se mostrasse contrária ao conteúdo do telejornal.
O policialesco da Record faz parte do mais recente "ranking da baixaria", organizado com base em denúncia de telespectadores. Além das Casas Bahia --uma das principais fontes de renda das redes de TV--, outros 13 anunciantes receberam solicitação semelhante no mês de março.
Na carta à corregedoria, datada de 13 de maio, a Record acusa Fantazzini de usar de "poderes conferidos ao Ministério Público" para acusar o programa de inadequado ao horário livre. A emissora afirma que o pedido às Casas Bahia foi um "desrespeito moral e jurídico", coisa de "regime totalitário". Diz que não teve direito de defesa e que foi julgada e condenada "de acordo com critérios pessoais" do deputado. Afirma que os prejuízos são evidentes, ainda mais nesta época "em que muito tem se valorizado as "empresas politicamente corretas"".
Pede que a corregedoria da Câmara impeça que "tais procedimentos se repitam", caso contrário, ameaça tomar medidas judiciais contra Orlando Fantazzini.
Para o deputado, o ofício da Record é "uma tentativa de intimidá-lo". "A emissora sabe como funciona a campanha, até porque há um representante deles, o Roberto Wagner, na comissão."
Segundo o parlamentar, a campanha não reflete suas opiniões pessoais, pois conta com o apoio de 60 entidades, entre elas a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). "Não estamos obrigando nenhuma empresa a deixar de anunciar. O anunciante acata nossa solicitação se quiser, mas sabe que há por trás dela uma pressão da sociedade civil."
O deputado acusa a Record de pretender usar seu "poder econômico para acabar com a campanha". "Eles querem continuar ganhando dinheiro explorando a miséria e a violência", afirma.
As Casas Bahia não se pronunciaram sobre o assunto. Procurada pela Folha, a Casa de Imprensa, responsável por sua assessoria, afirmou que a resposta deveria ser dada pela Young & Rubicam, sua agência de publicidade. Esta, por sua vez, solicitou que a Folha procurasse a Casa de Imprensa.
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